Venha,
veleje comigo numa lagoa tranquila.
As margens estão encobertas,
a superfície lisa.
Somos barcos na lagoa
e somos um só com a lagoa.
Uma bela esteira se abre em leque atrás de nós,
varrendo toda a superfície das águas enevoadas.
Suas ondas sutis registram nossa passagem.
Sua esteira e a minha se fundem
formando um padrão que espelha
o seu movimento, e também o meu.
Quando outros barcos, que também são nós,
velejam pela lagoa que também é nós,
suas ondas interceptam as de nós dois.
A superfície da lagoa ganha vida
com onda que se sobrepõe a onda, ondulação a ondulação.
Elas são a memória do nosso movimento;
os vestígios do nosso ser.
As águas sussuram de você para mim e de mim para você,
e de nós dois para todos os outros que velejam pela lagoa:
Nossa separação é uma ilusão;
somos partes interconectadas do todo -
somos uma lagoa com movimento e memória.
Nossa realidade é maior de que você e eu,
e do que todos os barcos que velejam nas águas,
e do que todas as águas por onde velejam.
Este poema foi extraído do livro "A Ciência do Campo Akáshico" (Ervin Laszlo - Ed. Cultrix)
Parte Um - Os Fundamentos de uma Teoria Integral de Tudo
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