Este Espaço tem por objetivo compartilhar leituras, falar de encontros, educação, eco-feminismo, parto humanizado, cultura de paz, espiritualidade, dança... de movimentos que o Universo faz pelos quais nos encontramos.
Seja bem vindo, a entrada é franca e amiga... mas chegue com o coração aberto, senão, de nada vai adiantar estar aqui!

28 de jan. de 2010

Aldeia da Paz - FSM 2010

Visita à Aldeia da Paz no Acampamento da Juventude do Fórum Social Mundial/2010














Quando cheguei as mulheres dançavam ao redor do fogo
cerimonial... que bela recepção... lindo.















Tenda Galactica / palestra sobre o Calendário Maia

Tenda de telhado vivo / feira de trocas

27 de jan. de 2010


"Ao sofrer, além do sofrer, a Nação Vermelha subirá novamente e será uma bênção para um mundo doente, cheio de promessas quebradas, egoísmo e separações. Mas verá a luz. Eu vejo um tempo de sete gerações quando todas as cores dos homens se juntarão debaixo da Árvore Sagrada da Vida e a Terra inteira se tornará um circulo novamente. Por esses dias haverão entre os Lakotas os que levarão o conhecimento, entendendo da unidade entre todas as coisas viventes. E os jovens brancos virão ao meu povo, pedirão por esta sabedoria. Eu saúdo a Luz dentro de seus olhos onde o universo inteiro habita. Então nós seremos um. " (Crazy Horse)

Oração dos Guerreiros do Arco-íris


"Eu peço a força e proteção de todos ancestrais que caminharam os passos antes de nós e nos trouxeram até este momento. E eu peço a força e a proteção de todos que construíram esse lugar e que tornaram possível a vida. Eu peço a força e a proteção da sabedoria de todos os seres de duas pernas que caminharam nesse universo antes da gente. Eu peço a força, a sabedoria e a proteção de todos os seres de quatro pernas que caminham e que caminharam sobre esse lindo planeta azul. Eu peço a força e a proteção dos quatro elementos, da terra, do ar, da água e do fogo. Eu peço a proteção pro povo de pedra, que durante as suas longas vidas tornou possível a nossa existência através dos minerais. Eu peço a força e a proteção do povo em pé que nos cerca e nos enche de frutos, folhas e nos protege com a sua sombra. Eu peço a força e a proteção da mãe terra abaixo dos nossos pés, de Pachamama, e do pai céu acima de nossas cabeças - as duas metades inseparáveis do mundo. Eu peço a força e a proteção do avô sol e da avó lua, que durante intermináveis tempos, nos trouxeram a memória de nós mesmos. Eu peço a força e a proteção da energia do leste, masculino, de todos os homens que passaram por nossas vidas, da sabedoria e da força. Eu peço a força e a proteção do oeste, de todas as mulheres da nossa vida, da força do feminino. Eu peço a força e a proteção do sul, das crianças que povoam a alegria dos nossos dias. Eu peço a força e a proteção do norte, dos ancestrais, aqueles que viveram mais que nós e por isso guardam a sabedoria do mundo. Eu peço a força e a proteção do povo nuvem que vive acima de nossas cabeças. Eu peço a força e a proteção dos guerreiros do arco-íris, que zelam pela alegria do mundo. Peço a força e a proteção de todas as forças, de todos os seres que zelam pela beleza e pelo conhecimento, pela criatividade de tudo que é bonito e humano. Eu peço a força e a celebração das forças de todos os povos interestelares do qual a gente faz parte. E por último, peço a força e a proteção do Grande Mistério, que ao mesmo tempo não vive em parte nenhuma, mas se dividiu em muitas partes e hoje vive no meu coração..."


(Oração dos Guerreiros do Arco-íris, transcrito do módulo de formação em Neo-Xamanismo -extensão da Biodanza, em Brasília (2008) - conduzido por Manoel Carlos Dias (Nenel), Facilitador de Biodanza e Didata Formador de Facilitadores de Biodanza).

Me honra conhecer e compartilhar da sabedoria deste homem, beijos a ti Nenel.
Eu Sou uma Guerreira do Arco-íris!

25 de jan. de 2010

Os Sete Milagres da Plena Atenção

A palavra sânscrita que designa Plena Atenção, smriti, significa "lembrar-se". A Plena Atenção consiste em lembrar-se constantemente de voltar ao momento presente. O ideograma chinês para a Plena Atenção tem duas partes: a parte superior significa "agora" e a parte inferior "mente" ou "coração”.
O Primeiro Milagre da Plena Atenção é estar presente e ser capaz de entrar em contato profundo com o céu azul, a flor ou o sorriso de nosso filho.
O Segundo Milagre da Plena Atenção é fazer com que o outro - o céu, a flor ou nosso filho - também esteja presente. No poema épico vietnamita Conto de Kieu, a heroína volta ao apartamento de seu amado, Kim Trong, e o encontra dormindo em sua escrivaninha, com a cabeça sobre uma pilha de livros. KimTrong ouve os passos de Kieu mas, semi-adormecido, pergunta: "Você está realmente aqui, ou estou sonhando?" Kieu responde: "Agora temos a oportunidade de ver-nos com clareza. Mas se não vivermos este momento profundamente, ele não terá passado de um sonho." Você e seu amado estão aqui juntos. Têm a oportunidade de se olharem profundamente. Mas se não estiverem completamente presentes, tudo não passará de um sonho.
O Terceiro Milagre da Plena Atenção é nutrir o objeto de sua atenção. Quando foi a última vez que olhou nos olhos de sua amada e perguntou: "Quem é você, minha querida?" Não se satisfaça com uma resposta superficial. Pergunte novamente: "Quem é você, que assumiu o meu sofrimento como seu, minha felicidade como sua, minha vida e morte como suas? Meu amor, por que razão você não é uma gota de orvalho, uma borboleta ou um pássaro?" Pergunte com todo o seu ser. Se não prestar a devida atenção à pessoa que ama, estará cometendo uma espécie de assassinato. Quando estiverem juntos fazendo alguma coisa, e se perderem em seus próprios pensamentos, cada um presumindo que sabe tudo sobre o outro, na verdade um estará morrendo lentamente. Mas com Plena Atenção será capaz de fazer renascer uma flor que ia murchar. "Eu sei que você está aqui, ao meu lado, e isso me faz feliz." Através da atenção, você será capaz de descobrir fatos novos e maravilhosos da amada, suas alegrias, seus talentos ocultos, suas aspirações mais profundas. Se você não praticar a atenção apropriada, como pode dizer que a ama?
O Quarto Milagre da Plena Atenção é aliviar o sofrimento de outra pessoa. "Eu sei que você sofre, e é por isso que estou aqui." Pode dizer isso com palavras ou simplesmente pela forma como olha para a pessoa. Se não estiver realmente presente, ou se ficar pensando em outras coisas, o milagre do alívio do sofrimento não se realizará. Em momentos difíceis, se tiver um amigo realmente presente ao seu lado, saberá que é um privilegiado. Amar significa nutrir o outro com atenção. Quando se pratica a Plena Atenção Correta, nós e o outro estamos presentes aqui e agora. "Querida, eu sei que você está aqui. Sua presença é preciosa para mim." Se você não demonstra isto quando estão juntos, no dia em que ela morrer ou sofrer um acidente, você chorará e lamentará o fato de antes do acidente não ter sabido se realmente foi feliz com ela. Quando alguém está próximo da morte, se nos sentarmos ao seu lado com uma atitude estável e sólida, já será uma enorme ajuda para que esta pessoa possa abandonar esta vida com certa facilidade. Nossa presença será como um mantra, a fala sagrada que tem efeito transformador. Quando seu corpo, sua fala e sua mente estão em perfeita unicidade, o mantra fará efeito antes mesmo que se pronuncie uma única palavra. Os primeiros quatro milagres da Plena Atenção pertencem ao primeiro aspecto da meditação, shamatha - parar, acalmar-se, descansar e curar-se. Depois que você conseguir se acalmar e parar de se dispersar, sua mente ficará autofocalizada e você estará pronto para a contemplação profunda.
O Quinto Milagre da Plena Atenção é a contemplação profunda (vipashyana), que também é o segundo aspecto da meditação. Relaxado e concentrado, você está realmente preparado para olhar em profundidade. Você irradia a luz da Plena Atenção sobre o objeto que observa, e ao mesmo tempo irradia a luz da Plena Atenção para si mesmo. Observa o objeto de sua atenção e ao mesmo tempo enxerga o conteúdo da própria consciência armazenadora que está repleta de jóias preciosas.
O Sexto Milagre da Plena Atenção é a compreensão. Quando entendemos algo, nós dizemos: "Ah, sim, estou vendo." Vemos alguma coisa que não víamos antes. Ver e compreender são processos que surgem dentro de nós. Ao usar a atenção, entramos em contato com o momento presente, profundamente, e podemos ver e ouvir com clareza. Isso gera frutos, que são a compreensão, a aceitação, o amor e o desejo de aliviar a dor e trazer alegria. Quando você entende alguém, não consegue deixar de amar esta pessoa. A compreensão é o verdadeiro alicerce do amor.
O Sétimo Milagre da Plena Atenção é a transformação. Quando praticamos a Plena Atenção Correta, entramos em contato com os elementos curadores e renovadores da vida, e começamos a transformar a nossa dor e o sofrimento do mundo. Passamos a desejar vencer um hábito, como, por exemplo, o hábito de fumar, em prol da saúde de nosso corpo e nossa mente. Quando começamos a praticar, a força de nossos hábitos é mais forte do que a Plena Atenção, por isso não esperamos conseguir parar de fumar de um momento para outro. Mas na verdade só precisamos ter consciência de estar fumando no momento em que fumamos. Ao prosseguir na prática, olhando profundamente e observando os efeitos que o fumo tem sobre a mente, o corpo, a família e a comunidade, adquirimos a determinação de parar. Não é fácil, mas a prática da Plena Atenção nos ajuda a ver com clareza tanto o desejo como seus efeitos, e finalmente encontramos uma forma de parar. Nesse processo, a Sangha é importante. Um homem que visitou Plum Village vinha tentando parar de fumar há vários anos, mas não conseguia. Em Plum Village ele conseguiu parar logo no primeiro dia, porque a energia do grupo é muito forte. "Ninguém está fumando aqui, por que eu iria fumar?" Podemos levar anos para transformar a força de um hábito, mas quando conseguimos, detemos a roda do samsara, o ciclo vicioso do sofrimento e confusão que vem se prolongando há tantas vidas. Praticar os Sete Milagres da Plena Atenção nos ajuda a levar uma vida mais feliz e saudável, transformando o sofrimento e conquistando paz, alegria e liberdade.

(Texto de Thich Nhat Hanh, do livro "A Essência dos Ensinamentos de Buda")

8 de jan. de 2010

O Mundo nas mãos de uma criança


Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava decidido a encontrar meios de minimiza-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas, com teses, colocando problemas, testando hipóteses, com o intuito de chegar a alguma conclusão.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar.
O cientista nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar.
Vendo que seria impossível de impedi-lo, o pai procurou algo que pudesse entreter o filho com o objectivo de distrair a sua atenção.
Foi quando, de repente, deparou-se com o mapa do mundo, algo que ele necessitava!
Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
- Olha filho, vou dar-te o mundo para ver se o consegues arranjar. Aqui tens o mundo todo feito em pedaços. Agora vê se o consegues consertá-lo tal como ele deve ficar, bem certinho! Mas tens que o fazer tudo sozinho.
Calculando que a criança levaria dias para recompor o mapa e assim deixá-lo trabalhar em paz.
Passadas algumas horas, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:
- Pai, pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho sozinho!
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível, na sua idade, ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista, por cima dos óculos que usava, levantou os olhos das suas anotações e cálculos, certo de que iria ver um trabalho digno de uma criança.
Para sua surpresa, o mapa estava completo.
Todos os pedaços de papel tinham sido colocados e colados nos devidos lugares. Como seria possível? Como é que a criança teria sido capaz?
- Parabéns! – disse o pai – Mas, filho, como conseguiste se tu não sabias como era o mundo?

- Pai! – disse o filho - eu não sabia como era o mundo, mas quando o pai tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando consegui arranjar o homem, virei a folha e descobri que havia arranjado também o mundo.

Sei que esta história é antiga, mas às vezes é preciso contar histórias antigas, porque nos esquecemos de seus ensinamentos. Esta mensagem nos lembra que diante de grandes problemas basta termos olhos de criança. A criança traz com ela a simplicidade, a leveza, a descontração... e uma enorme sabedoria em seu coração. Se você estiver com problemas que tal escutar uma criança?! Ou consultar a sua criança interna!

Bons sonhos.


A cura do abandono do pai

Este texto comecei a escrever no ano passado, reflexo de um trabalho em Círculo de Mulheres, realizado em outubro de 2008. Percebendo as intensas curas que estavam se procedendo dentro de mim comecei a escrevê-lo, mas os processos fortíssimos de transformações que ainda ocorriam, não me permitiram concluí-lo. Só esta semana, repousando um pouco em Garopaba/SC, re-vendo o ano que se passou e me despedindo definitivamente de 2009 nesta lua minguante, enquanto sinto meu sangue verter, consegui encerrar esta história. Adicionar imagem

A CURA DO ABANDONO DO PAI

Sinto-me chamada a compartilhar uma experiência de re-encontro de almas...

Fui casada durante sete anos com uma pessoa maravilhosa, compreensiva, dócil, que nunca dificultou minhas buscas espirituais (e isso para mim era muito importante). Os anos se passavam e mesmo percebendo muitas semelhanças dele com meu pai, nunca percebera que havia casado com a figura paterna de minha infância.

Sabia que meu antigo companheiro sentia uma enorme carência de mãe e via em mim a segurança e o acolhimento da figura materna, disso eu tinha consciência, mas não sabia o quanto eu era carente de pai.

Depois de uma única sessão de terapia com alguns pontinhos do corpo bem apertados (mechendo em algumas couraças) e uma vivência xamânica junto à natureza, foi como retirar a tampa e olhar para dentro, comecei a refletir sobre algumas questões e relações da minha vida. Ao fazer uma retrospectiva do meu casamento vi quantas vezes desejei que meu ex-companheiro fosse diferente... cobrava dele coisas que ele não conseguia desempenhar.

Quando me dei conta que não estava respeitando aquela individualidade, tomei consciência que estava sendo cruel com ele e comigo mesma (mas com certeza meu ego se agradava em sentir-se indispensável como uma Mãe). Passei a perceber que alimentávamos nossas carências de genitores, já que conseguíamos ter em nossa relação aquilo que nos faltara de nossos pais.

Sempre na busca do auto-conhecimento, me dispus a olhar para minhas sombras e identificar padrões que se tornavam obsoletos em minha vida. Re-conheci algumas faces de mim mesma e olhei para os fragmentos do meu feminino... decidi, então, aprofundar-me nesta busca e inevitavelmente optei: não quero ser mãe do meu marido!

Como explicar isso a alguém que não tem consciência do que está acontecendo? Externamente tudo parecia bem, mas internamente eu não me sentia feliz.

Cobrei de mim mesma um acerto de contas... Eu precisava me sentir feliz! Coloquei esse propósito na minha vida, tentei salvar meu casamento, mas desejava alguém que caminhasse comigo, que compartilhasse os mesmos sonhos... Quando cobrei de mim mesma a felicidade as mudanças ocorreram na minha vida...

Decidi me separar e aí foi difícil lhe dar com a culpa, com o medo e a insegurança, mas sabia que minha vida precisava tomar outro rumo. Enquanto todos me diziam: Você é louca! Meu coração me dizia: Vá adiante!

Como chorei... como aprendi... minha separação foi uma das maiores lições que recebi, foi um grande aprendizado.

Não sabia explicar às pessoas que sempre nos viram como um casal “feliz”, sem grandes problemas, em meio a risos e trocas de carícias, uma parceria "aparentemente" saudável, que aquilo não era felicidade. Ter que dar explicações de algo tão íntimo, sentido e percebido só por mim... era impossível... e me dei conta de outra questão: Porquê dar explicações?

Senti-me culpada algumas vezes por estar me sentindo leve e feliz com minha decisão... pois todos que me amavam não compreendiam o que eu estava fazendo e eu causava sofrimento com minha decisão. Senti-me insegura pois, o que fazer depois disso... a vida que eu havia construído, laços afetivos, familiares, amigos em comum, negócios... A maioria das mulheres infelizes no casamento não se desprendem de seus relacionamentos por comodismo, culpa ou medo... Mas queridas, quando estamos alinhadas com o coração e com nosso propósito divino, somos sustentadas e amparadas por "Aquela Que Sabe".

Sempre desejei um parceiro que caminhasse comigo, que compreendesse o que eu falasse e que eu pudesse demonstrar fragilidade “sem cair a casa”. Só quando aprendi a me amar esse Homem apareceu! Quando passamos a re-conhecer nossas carências afetiva

s e assumir que as situações que nos rodeiam são criadas por nós mesmas, somos capazes de curar e ser curada.

Aprendi que quando você se propõe a ser fiel a si mesma, inevitavelmente irá desapontar o outro porque as pessoas projetam sua felicidade umas nas outras. Amar tem haver com liberdade e liberdade com felicidade. Desatei muitas amarras, quebrei padrões familiares, e passei a responder ao chamado que vinha de dentro, que ecoava do fundo do meu âmago...

Então, conheci um homem maravilhoso, que no primeiro encontro, ao sentir sua presença, ele ainda de costas, percebi que algo intenso estava chegando a mim. Desde que nos olhamos nos olhos não paramos mais de nos olhar... nossas conversas eram seguidas de toques, nossas mãos se procuravam, sua fala era muito familiar... o primeiro abraço à luz da lua e sob os olhares das estrelas foi algo que jamais vou esquecer... Envergonhada tive de perguntar: "você está sentindo o mesmo que eu?" e ele disse: "Sim". O sentimento que brotava de nossos peitos era algo muito antigo, uma saudade, uma vontade de não sair dali. E ali ficamos, apenas admirando o céu estrelado, de tantas possibilidades, acima de nós.

Neste dia tomei uma grande decisão: QUERO SER GUIADA PELO MEU CORAÇÃO. Este homem me apresentou o Xamanismo, me apontou o caminho e carinhosamente tem estado comigo como um mestre silencioso. Sim, ele assiste minhas quedas e me estende a mão caso eu não consiga levantar-me sozinha, deixa eu chorar em seu ombro e me abraça de uma maneira que diz: Estou aqui, tu não estás sozinha. E com seu jeito especial me mostra a beleza do amor... Deixa eu ser forte quando preciso e deixa eu ser frágil quando necessito. Muitas vezes foi ele quem me lembrou da minha condição feminina.

Me separei, da minha primeira união conjugal, no início de janeiro de 2006 porque havia identificado que eu era uma das muitas mulheres que, sem saber, dormem com o pai. Desde 2006 compartilho minha vida com o Rafael, este homem encantador de quem já falei, mas foi só em 2009 que consegui, de fato, re-significar o abandono do pai, que senti provavelmente ainda no útero de minha mãe e algumas vezes na infância, quando meu pai tinha de viajar ou ficar longe, por que sua carreira exigia isso.

Foi só neste mesmo ano que identifiquei as coisas que não fluiam na minha vida por eu ter feito escolhas profissionais que não eram as que meu pai havia sonhado para mim.... E que eu ainda me culpava por não ter sido a "menina boazinha" que meus pais projetaram, embora, ainda inconscientemente, tentasse ser, me auto-sabotando muitas vezes.

Ter sido audaciosa e determinada, firme em minhas escolhas e nos "meus" propósitos, fez com que eu identificasse os vínculos tóxicos que mantinha com os homens e mulheres e transformasse-os em vínculos sadios.

Hoje, sei que meu relacionamento atual, minhas escolhas e meu modo de vida servem de exemplo para meus pais e refletem no relacionamento dos dois. Tornei-me mais segura, fiel a "mim" e sincera aos meus sentimentos. Consigo reconhecer as virtudes que meu pai me passou, agradecer por elas, mas também reconheço as limitações, que aos poucos venho vencendo, porque não desisto de mim. De forma alguma vejo meu pai como mal-feitor, pois sempre se esforçou para me dar o melhor que podia. Costumo dizer que os pais erram tentando acertar!

E foi buscando a mim mesma que conheci muitas pessoas maravilhosas no caminho, que refletiram e refletem algo de mim, coisas que me agradam e desagradam, que me levam a saber quem sou eu. Hoje posso ver o tamanho da minha luz e da minha sombra, sem me chocar com uma ou com outra.

Não posso deixar de agradecer ao homem maravilhoso que compartilha seus dias e suas noites comigo e dedicar este texto ao Sagrado Masculino e Feminino que habita todas as mulheres e homens, em especial àqueles que fazem do meu caminho um jardim de gira-sóis. Mas nada destas transformações ocorreriam se eu não tivesse conhecido o trabalho dos Círculos Femininos; se eu não tivesse me atirado no abismo e me permitido alçar vôos que eu nem imaginava um dia fazer; se eu não tivesse dançado a vida (biodanza), amado a mim mesma e conhecido a UNIPAZ-SUL.


Bem vindo 2010, não espero nada de ti, apenas te recebo em Paz!


Ana Paula Andrade

Encontros na porteira

"Permita que o medo exista. Há uma coisa importante que precisa ser entendida: quando você abrir espaço para o medo e tremer, observe, aproveite. Ao observar, você irá transcender seu medo, verá que o corpo está tremendo, verá uma mente que está tremendo, mas vai chegar o momento em que você perceberá que há um ponto dentro de você, um centro profundo, que permaneceu intocado. Há uma tempestade passando, mas, em algum lugar, bem no fundo, há em você um centro que permanece intocado: o centro do ciclone."

Retirado do álbum “Invasões Bárbaras” de Andréa Costa (orkut)

Conheci a Andréa na virada do ano de 2009 para 2010, exatamente à 00:00, detalhe: em uma porteira aberta. Isto é muito simbólico!

Eu e meu esposo nos refugiamos em um sítio em Maquiné, na encosta da Reserva da Serra Geral, sem telefone, sem internet, lugar onde corre um rio maravilhoso, que se chove, come as pequenas pontes de cimento que dão acesso à Linha da Encantada onde estávamos, e daí... ficamos ilhados! Mas não foi desta vez. Esta história só nossos amigos, essas figuras aí (nosso par de Ana e Rafael), que podem contar, hehehe.

Mas sobre o encontro com a Andréa e sua amiga Alice está criativamente descrito no blog dela: CoisaMisturada, vale ler, pois retrata o encontro de pessoas que estavam, simplesmente, abertas ao NOVO.

Éramos apenas cinco pessoas, eu, meu esposo (Rafael), Ana Paula Marafigo, Rafael Tusi e Gustavo Tusi, conversávamos tranquilamente, depois da janta, como quem não quer nada. Eu e a Ana já tínhamos até tirado as "charmosas" roupas de Virada de Ano, cores e tal... Heheheh, que loucura, nem havia virado a meia noite ainda.

Não contávamos os minutos, não estávamos anciosos, não escutávamos foguetes, totalmente relaxados e atentos ao que acontecia naquele "exato momento". Quando pára um carro e no escuro da porteira aberta uma mulher diz: "Feliz Novo Ciclo".

Era a Alice, então... acompanhe a história "A terra encantada onde todo mundo é cobra"

Se algum artigo neste blog estiver como "autoria desconhecida" e você souber informar, agradeço e farei a devida correção. Solicito também que ao extrair qualquer informação desta página seja adicionada à devida autoria ou endereço: http://pedagogiadoencontro.blogspot.com

Grata pelo Encontro.