Este Espaço tem por objetivo compartilhar leituras, falar de encontros, educação, eco-feminismo, parto humanizado, cultura de paz, espiritualidade, dança... de movimentos que o Universo faz pelos quais nos encontramos.
Seja bem vindo, a entrada é franca e amiga... mas chegue com o coração aberto, senão, de nada vai adiantar estar aqui!

6 de ago. de 2011

Exibição do filme: Transformando Oração em Ação

Ação para arrecadar fundos para contribuir com a vinda do Conselho Internacional das 13 Avós Nativas ao Brasil.

::QUANDO:: 24 de agosto, às 20hs
::CONTRIBUIÇÃO::
Valor mínimo R$ 10,00.
Valor desejável R$ 20,00
Os valores para as exibições do filme são simbólicos. Está atrelado ao valor, além da doação, a contribuição para o encontro de mensageiras da Paz que viajam o mundo usando suas imagens para criar junto a governantes locais ações em prol da Paz e para criação de politicas publicas de sustentabilidade para o meio ambiente, os povos indígenas, as mulheres e por uma economia justa.

::ONDE::
UNIPAZ-SUL
Rua Miguel Couto, 237 – Menino Deus – Porto Alegre – RS

Após exibição do filme “Transformando oração em ação”
teremos roda de cantos e dança com CRIS MACHADO.

::CIDADES DA AÇÃO::
São Paulo, Rio de Janeiro, Pelotas/RS, Curitiba/PR, Maricá/RJ, Aracajú/SE, Goiânia/GO, Rosário/Argentina, Santiago/Chile, Ilha Bela/SP, Boiçucanga/SP, Porto Alegre/RS

Acesse o site para saber os endereços dos locais de exibição.
É necessário entrar em contato com guardiã para demais informações.

 
::Sobre o evento:: A Voz das Avós: O ontem, o hoje e o amanha no fluir das águas” do Conselho Internacional das 13 Avós Nativas”.
::A proposta:: Pretende-se que as diversas expressões culturais do nosso país possam participar do evento A Voz das Avós, em diálogo direto com as tradições ancestrais do mundo que estão representadas no Conselho Internacional das 13 Avós Nativas. Dessa forma, a ideia é constituir também um grupo de 13 Avós Nativas brasileiras. Para formar este grupo, o projeto irá realizar oficinas regionais, buscando reunir anciãs reconhecidamente vinculadas às práticas tradicionais e promover uma reflexão sobre seu papel na sociedade e como seus saberes tradicionais podem contribuir para as soluções emergenciais globais e locais. A proposta é que estas reuniões aconteçam com grupos já mobilizados em torno da expressão do feminino tradicional, como grupos e associações de parteiras, rezadeiras, erveiras, educadoras, extrativistas, indígenas, afrodescendentes, ribeirinhas, entre outras expressões dos povos e populações tradicionais do Brasil.

::Sobre o Evento:: Será realizado na Universidade da Paz - Unipaz, em Brasília, um ponto de convergência geográfica e política do nosso país, de 21 a 24 de outubro de 2011. A proposta é que o evento reúna um público estimado em 500 pessoas, durante quatro dias. Pretende-se que o evento tenha entrada franca no sentido de garantir a presença de todas as camadas sociais, e especialmente dos jovens. O evento terá a água e o tempo como um tema transversal - considerando seu valor nas culturas tradicionais e o desafio atual da humanidade em relação à sua conservação. Além de promover um rico diálogo entre as diversas tradições, a proposta é que este propicie reflexões que possam servir como fontes de inspiração para ações e politicas direcionadas à conservação do meio ambiente e especificamente da Água, e o fortalecimento e a transmissão dos saberes tradicionais

::QUEM SÃO AS AVÓS:  
Nós somos o Conselho Internacional das Treze Avós Nativas. Formamos uma só unidade. Nossa aliança é de preces, educação e cura pela nossa Mãe Terra, todos os seus habitantes, em especial as crianças, e as sete gerações vindouras.
Inquieta-nos profundamente a destruição sem precedentes de nossa Mãe Terra, a contaminação de nosso ar, nossas águas e nosso solo, as atrocidades da guerra, a disseminação global da pobreza, a ameaça das armas nucleares e do lixo radioativo, a cultura predominante do materialismo, as epidemias que ameaçam a saúde dos povos da Terra, a exploração das medicinas tradicionais e a destruição das tradições dos povos nativos
Nos unimos para proteger as terras onde vivem nossos povos e das quais dependem nossas culturas, salvaguardar com segurança a herança coletiva das medicinas tradicionais e defender a própria Terra. Acreditamos que os ensinamentos de nossos ancestrais iluminarão nosso caminho em meio a um futuro incerto.


::Palavras de Maria Alice para a ação::
“Queridas irmãs, mulheres de ação,

É com alegria que venho apresentar a vocês estas informações sobre o X Encontro do Conselho Internacional das Treze avós Nativas que este ano vai acontecer nas terras do Sul, no domínio do Condor e estamos esperando que fortaleça o cumprimento da profecia da sagrada aliança da Águia e do Condor, que significará a garantia da Nova Era. Isto já está se desenhando como um chamado forte aqui na América do Sul, pois temos recebido anúncio de vários países, irmãs querendo chegar no Encontro.

No dia 8 de agosto, estaremos realizando em São Paulo uma exposição de um filme sobre este movimento e estaremos também arrecadando fundos para ajudar nesta grande realização.  A Sabrina Alves, do Clã dos Círculos Sagrados, São Paulo, Brasil, é quem está responsável por esta produção com os vários círculos de mulheres que estão articulados com ela. Tem o meu total apoio e interesse. Agradeço de coração às que puderem entrar na corrente.”

Luz e Paz!
Maria Alice


PARA DOAÇÕES IMEDIATAS:
Conta para depósito: Banco do Brasil (001)
Ag: 2863-0
Conta: 411.472-8
Instituto Empreender
CNPJ: 03.666.886/0001-03

Conselho Internacional das 13 Avós Nativas

 

Organização da ação
Coletivo CCS (Clã Ciclos Sagrados)
e
Círculo Sagrado de Visões Femininas

1 de ago. de 2011

NASCIMENTOS HUMANIZADOS > — promovendo a paz e a não violência —

*a cargo da Dra. Daphne Rattner*

No início do século passado, o parto era atendido majoritariamente no domicílio, por parteiras. As famílias tinham muitos filhos para que alguns resistissem às difíceis condições de vida à época, quando não havia antibióticos para prevenir e curar infecções.
A partir dos anos quarenta, começou a crescer a tendência à *hospitalização dos partos,* e chegamos no final do século passado com mais de 90% dos partos realizados em hospitais. Os avanços na  antibioticoterapia e na disponibilidade de meios tecnológicos para diagnóstico e terapêutica, assim como a melhoria nas condições de vida, contribuíram de forma importante para a efetiva redução na mortalidade materna e neonatal.
O entusiasmo crescente com as possibilidades do desenvolvimento industrial do século XX influenciou todos os setores da atividade humana. Também *no setor Saúde* *o componente técnico foi privilegiado em relação ao componente do cuidado*, e a racionalidade mecânica ou industrial - apenas em função da produtividade - foi aplicada a muitos aspectos da atenção. Ainda que "dar à luz não seja uma doença ou processo patológico" (Marsden Wagner, 1982), a assistência a nascimentos também seguiu esse padrão industrial, e algumas maternidades agendam cesarianas como se fossem uma *linha de produção* de nascimentos, por conveniência de profissionais e das instituições, ostentando taxas de 70% e até 100% de cesáreas.
Por outro lado, *tem crescido o número de pesquisas* que identificam algumas práticas de atenção como formas de violência institucional, tanto para mulheres como para seus bebês, havendo trabalhos que salientam a importância da primeira vivência infantil como marcadora (/imprinting/) para a continuidade da vida desse recém-nascido.
Considerando a riqueza desse processo, que além de biológico, tem sido abordado como fenômeno cultural, social, sexual e espiritual, numa concepção holística, há um forte movimento nacional e internacional que *propõe a humanização da atenção a nascimentos e partos* como uma resposta à mecanização na organização do trabalho e à violência institucional.
É sobre esse importante aspecto da vida – o bom começo – que falaremos neste fórum, buscando  compartilhar a perspectiva positiva de mudança nas práticas de atenção como uma contribuição para a redução da violência grassante em nossa sociedade.
*Daphne Rattner* é médica epidemiologista, com doutorado pela Universidade da Carolina do Norte, EUA, professora da Universidade de Brasília - Departamento de Saúde Coletiva; integra a diretoria da International MotherBaby Childbirth Organization – IMBCO e a coordenação executiva da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento - ReHuNa; é conselheira da Rede Ibfan-Brasil – International Breastfeeding Action Network e da Relacahupan – Rede Latinoamericana e do Caribe pela Humanização do Parto e Nascimento; organizou com Belkis Trench o livro /Humanizando Nascimentos e Partos/; e foi presidente da III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, realizada em Brasília em novembro de 2010.

*ENTRADA FRANCA*

*9 de agosto de 2011 ▪ terça-feira ▪ 19 horas
Auditório do MASP ▪ Museu de Arte de São Paulo*
Av. Paulista, 1578 - São Paulo/SP - Estação Trianon-Masp do metrô
*Não é necessário fazer inscrição antecipada*

*Realização: Comitê da Cultura de Paz*
*www.comitepaz.org.br*

25 de jul. de 2011

25 de julho
Dia do Perdão Universal
Dia Fora do Tempo

"Compaixão não é ter um coração transbordante de piedade para com os outros. Compaixão é um amor tão profundo que você está disposto a fazer o que for preciso para trazer luz a uma situação".
 

2 de jun. de 2011

Ao encontro com a sombra

Escrito por Robert Bly Qui, 23 de Julho de 2009 18:14

A sombra, tal como Robert Bly refere, pode ser comparada a uma comprida
sacola que arrastamos atrás de nós.
Começamos a encher a sacola desde a infância. Logo com 1 ou 2 anos, a
criança é como se fosse um arsenal de emoções e possibilidades de atitudes
diversas, esperando espalhar esse mundo em todas as direções. Assim que os
pais começam a reprovar alguns comportamentos dizendo frases como “um bom
menino não bate no irmãozinho”, “pare de correr”, “fique quieto”, "engula o
choro" as crianças passam a buscar, então, um comportamento que seja
condizente com o que os pais querem e, para tanto, reprimem aquela energia
de raiva, ou de inquietação, que poderiam significar prazer e reprimem os
impulsos espontâneos... As que não reprimem, apenas sentem-se culpadas por
ter “agido mal”.

Com o tempo as emoções genuínas e sua expressão começam a ter que ser
julgadas e separadas em certas ou erradas, boas ou más, e a sacola vai se
enchendo mais e mais, pois, como observa Robert Bly:

*“Atrás de nós temos uma sacola invisível e, para conservar o amor de nossos
pais, nela colocamos a parte de nós que nossos pais não apreciam.” *

Além dos nossos pais, nossa experiência na escola acaba por ajudar a encher
mais ainda nossa sacola, quando ouvimos “Meninas inteligentes não devem
fazer assim", ou “quem sai dos padrões de aparência física tem que mudar",
aí novamente estamos diante dos valores que não foram construídos a partir
das nossas escolhas e verdades...

São marcados a partir das referências das figuras que temos como modelos,
porque é importante ter o afeto delas. Por exemplo, é normal uma criança
sentir raiva, mas diante dos valores que aprendeu de que “é feio ter raiva”,
se sente culpada, diminui a importância do sentimento diante de muitas
situações e o coloca rapidinho na sacola, porque não quer perder o amor da
mãe.

Assim, vamos arrastando nossa sacola pela vida afora, inicialmente quando
levamos as referências de valores dos nossos pais, e mais tarde quando
associamos estas já apreendidas às referências da sociedade apreendidas na
escola, no convívio com nossos amigos, grupos sociais e religiosos.

Diante desta sacola o conflito aparece, justamente, porque nem tudo que
aprendemos ser “errado ou mau” são, na verdade, essas duas coisas. E isso é
que faz com o que o material da sacola comece a “cheirar mal” e a nos
incomodar, porque de tempos em tempos, percebemos sinais do poder e da
importãncia que essas emoções escondidas poderiam ter em nossa vida.

A dimensão da sombra é gigantesca nos adultos. A sacola aumenta
proporcionalmente à quantidade de censura relativa aos nossos sentimentos
naturais e espontâneos.

Energias naturais do ser humano tais quais sexualidade, impulsividade,
agressividade, raiva, ódio, revolta são, normalmente, colocadas na sacola
durante toda uma vida.

Aqui existe outro elemento: quanto mais guardamos essas energias, mais e
mais intensas e latentes se tornam. Ficam como se fermentassem lá dentro de
nós, e quando não colocadas para fora, acabam gerando a mais ampla gama de
doenças e sintomas.

Conforme os anos passam e este conteúdo sombrio cresce, tende a ser maior a
dificuldade de entrar em contato com ele. Por isso, muitas pessoas quando
começam a envelhecer, sentem muito medo de abrir a sacola, como se o
conteúdo dela fosse invadir sua vida e causar danos, mas na verdade esse
conteúdo já os assombrava há tempos...

*Existe muito medo dentro de nós de olhar para o que já foi guardado.*

Por isso enxergamos muitas dessas coisas nos outros.

“Peça para um amigo lhe descrever o tipo de personalidade que ele acha mais
desprezível, mais insuportável, mais odiosa e de convívio mais impossível;
ele descreverá as suas próprias características reprimidas – uma
autodescrição do que é absolutamente inconsciente e que, portanto, sempre o
tortura quando ele recebe seu efeito de uma outra pessoa. Essas mesmas
qualidade são tão inaceitáveis para ele precisamente porque elas representam
o seu próprio lado reprimido; só achamos impossível aceitar nos outros
aquilo que não conseguimos aceitar em nós mesmos. Qualidades negativas que
não nos incomodam de modo tão intenso ou que achamos relativamente fácil de
perdoar , em geral não pertencem à nossa sombra.”

Mas, quando estamos procurando nos conhecer realmente e amadurecer
emocionalmente, a sacola precisa ser aberta para liberarmos a energia desses
sentimentos e emoções que armazenamos durante anos.

Esta sacola pode ser aberta, percebida e assimilada, o que, por sua vez,
propicia que seu potencial destruidor e conflitivo possa ser reduzido e a
energia vital que estava aprisionada possa ser liberada, gerando mais
tranqüilidade e equilíbrio emocional.

Nossa “pressão interna” ou “fermentação” irá diminuir.

Conhecendo o que guardamos inconscientemente por tanto tempo, podemos fazer
escolhas mais sensatas a respeito de novamente empurrar ou não para nossa
sacola sentimentos que precisam ser compreendidos e aceitos como parte de
nossa natureza humana.

Assim, fica mais simples celebrar o que é espontâneo e natural na vida, fica
mais simples exercitar nossa possibilidade de SER!

25 de abr. de 2011

Cuidados para a gestante com o Ayurveda

por Sabrina Alves
 
Seguiram-se nove meses e dois seres em construção estão prontos para virem ao mundo. Mãe e bebe, ao longo da gestação, em contato intimo, crescendo e se preparando para a jornada da vida agora passarão pelo trau...ma do nascimento. Ambos terão nova vida. A mulher pari-se Mãe, e a mulher que deu passagem para a nova condição recebe a nova vida, o novo ser, perpetuando a energia de Shakti, que para o Ayurveda é a manifestação da energia feminina.   
Ayurveda é o sistema de manutenção de saúde da Índia, onde segundo a dança dos Doshas, definição de biótipo ou código genético segundo os elementos da natureza (fogo, terra, água, ar e éter), os seres-humanos interagem com tudo a sua volta, buscando sempre harmonizar-ser com a natureza para que dessa forma alcance o equilíbrio do espírito, mente e corpo.   
Para o Ayurveda os momentos antes, durante e após o parto, formam um momento único e crítico. E as mulheres precisam estar atentas para que os eventos dessa época não afetem sua expressão feminina. Segundo essa sagrada e milenar arte nessa fase da vida, o corpo da mulher é habitado por duas almas, a sua e a do novo ser que se prepara para vir ao mundo.   
Antes da gravidez: A gravidez é resultado da intimidade, e todas as suas conseqüências devem ser partilhadas por ambas as partes envolvidas, futuros pais. Como a mulher terá de passar a dor física da criação, o homem deverá fornecer-lhe apoio psicológico, conforto e segurança. Para o ayurveda os cuidados para a gestação têm inicio desde os seis meses anteriores à fecundação, e quando os pais se encontram em ótimo estado de saúde, unem as duas sementes, com prazer e exaltação em um momento propicio. Claro que a realidade atual não é bem essa, as pessoas descobrem-se grávidas. Mas ainda assim, o Ayurveda preconiza que a gestante durante os nove meses mantenha atenção aos hábitos, pensamentos, alimentação e rotina diária de maneira que sejam inteiramente satvicas*, ou seja, puras, sadias e harmônicas, pois irão influenciar diretamente na formação do feto determinando toda uma vida.   
A gestação: Durante os nove meses seguintes devem se concentrar em acolher o futuro bebe na família, pois no Ayurveda a aura de amor e felicidade dos pais irá influenciar diretamente na formação do feto, determinando sua saúde bem como suas possíveis desarmonias em todas as fases subseqüentes da vida. Uma vez que se decidiu ter um filho tudo que se fizer irá influenciar em sua formação. Desta forma é necessário a pratica de meditação e yoga adequados ao período, bem como alimentação de fonte mais pura possíveis, descartando todos e quaisquer produtos processados, refinado e aromatizados artificialmente. O Ayurveda considera mãe e bebe uma única célula por pelo menos até os quatro anos de idade do bebe, ou seja, não existem cuidados na gestação para as mulheres separados da pediatria.       
Cuidados para as futuras mamães: Como diz o Caraka Samhita “Uma mulher grávida deve ser tratada como uma jarra cheia de azeite até a borda, onde nenhuma perturbação deva acometa-la”. Pois, como qualquer ser vivo o feto tem seus próprios doshas, e esses doshas adicionais no corpo da gestante são por si só razão da maioria dos desconfortos gestacionais. A percepção é um fator muito importante para ajudar a gestante a criar um ambiente carinhoso que dê amparo a ela e a seu bebe, principalmente por sua força gerada pelo corpo que se prepara.  Em vez de funcionar no piloto automático, use a oportunidade criada por sua gravidez para se tornar mais atenta a seu meio ambiente e os efeitos que esse tem sobre você e seu bebe.  
Na Gravidez: Nutra seu bebe e a você mesma por meio do som: os sons que nos cercam desempenham um papel importante no equilíbrio dos ritmos biológicos. Sons capazes de nutrir e acalentar são tão importantes para a saúde quanto são alimentos nutritivos, para o ayurveda tanto o que se ingere, como tudo que está no entorno, ou pensando e falado, transformam-se em alimentos e dependendo do que é, torna-se força ou gera desarmonias e doenças.     
*O toque: nosso maior órgão é a pele, portanto é fundamental a nutrição por meio do toque, pois libera substancias químicas que tem efeitos relaxantes e promotores de saúde para ambos. Quando você é tocada, mesmo que terapeuticamente, seu nível de estresse baixa, sua circulação melhora e as moléculas naturais que realçam o prazer de seu corpo são ativadas. Para a gestante é fundamental que ela realize a auto-massagem com óleos nutritivos realizada por no máximo 10 minutos sempre com movimentos suaves e circulares em cada parte do corpo. Importante a atenção especial da massagem localizada no períneo da mesma forma com óleos nutritivos como o de gergelim, neste caso, realizada pela própria gestante em si mesma. O Ayurveda indica a auto-massagem no períneo por volta de seis semanas antes do parto para fortalecer os tecidos moles e para que se tornem mais elásticos melhorando a perfomace no parto evitando lacerações, bem como beneficiando a regeneração no pós parto. Mães que são constantemente massageadas na gestação e praticam Yoga, aumentam a liberação de endorfina (anestésico natural do nosso corpo), o que irá auxiliar muito na redução dos estímulos dolorosos do trabalho de parto.   
*Enjôos: a maioria das mulheres no inicio da gravidez são acometidas por enjôos, para isso o ayurveda indica comer alimentos secos; deitar-se; beber líquidos puros transparentes ou carbogasosos; tomar ar fresco evitando ar-condicionado e lugares muito fechados e a pratica de meditação. 
Parto: Desde 1960, o parto foi considerado um “estado clinico”. Atualmente em países como EUA, Brasil e outros muitos países da América Latina nascem mais crianças de parto induzido, as terças-feiras e muito menos em sábados, domingos, feriados e festas de final de ano. Como são os hormônios fetais que controlam o inicio do parto, é provável que considerar o parto como “estado clinico” seja bastante perturbador para a unidade mamãe-bebê que está prestes a iniciar.   O ayurveda é partidário de que haja o mínimo de intervenções tais como anestesia, episiostomia e/ou cesáreas a menos que esta seja usada para salvar ambas as vidas; A parturiente deve cuidar de encontrar um obstetra ou parteira que se identifique e um lugar para realizar o parto em que ela se sinta relaxada, segura e cômoda. O parto genital e normal proporciona tanto para a parturiente e o bebe benefícios imediatos e em longo prazo. 
Uma mãe que recebeu os devidos cuidados de massagem, yoga e meditação, bem como correta alimentação e uma gestação serena, na medida do possível é capaz de parir de forma plena, proporcionando ao bebe a oportunidade de amadurecer o pulmão nascendo por parto natural e a ela uma recuperação de poucos dias e a ela de se perceber a sua força auto-gestionada.   
Amamentação: Para o ayurveda é muito importante que logo ao nascer a criança receba os primeiros fluidos do peito da mãe para posteriormente fazer disso um habito saudável. No ayurveda isso é considerado a própria transmissão de Ojas, ou seja, energia vital, fonte inesgotável para o fortalecimento e crescimento espiritual, mental/emocional e físico da criança. É por meio da amamentação que a criança recebe todos os nutrientes necessários para seu crescimento, por isso no ayurveda se considera uma única célula mãe/bebe, é tambem por isso tão importante o equilíbrio psicofísico da mãe, pois até mesmo quaisquer patologias que a criança por ventura desenvolva os compostos de fortificantes e de ervas são ministrados por meio da mãe e transmitido pelo leite materno ao bebe.   
Maternidade: O ayurveda recomenda que para mãe e, principalmente para os 1os meses do bebe, a rotina diária (rutocharya) que são praticas de que proporcionam estabilidade e fortalecimento emocional e físico onde por meio dela se garante a manutenção de saúde da célula mamãe/bebe.   Para o Ayurveda a gestação, o parto e maternidade são um momento propicio para a mulher se fortalecer e de estabelecer a sua expressão feminina perpetuando a energia feminina da criação e mantenedora. Porem não custa lembrar que, todas as orientações são uma breve descrição da abordagem do Ayurveda na gestação/pediatria e que, sempre se deve procurar um especialista no assunto para demais aprofundamentos.   
 
Bênçãos à Mãe Divina 
Namaskaram   
Sabrina Alves 
(Terapeuta e docente em ayurveda. Doula e especialista em ayurveda para mulheres, em alimentação ayurvédica para as fases da vida. Coordena um trabalho especifico de Ayurveda para Mulheres no Instituto de Cultura Hindu Naradeva Shala e idealizadora do “Clã dos Ciclos Sagrados”).

3 de mar. de 2011

Chegada do Gui nesta Terrinha



Olá queridas (os), venho aqui compartilhar a chegada do Gui, filhote da Jaque. A bolsa da Jaque estourou na madrugada do dia 19 de fevereiro, com uma linda lua cheia no céu... Cantei cantei para avó lua, me banhei bastante no seu brilho e recebi a notícia - "O Gui está chegando"... após 9 horas de trabalho de parto, assistindo a Jaque firme e forte entre caminhadas, reboladas, duchas, respirações, contrações, massagens... o pequeno Gui nasceu de cesárea, quando o Sol estava alto no céu.

Bem vindo Guilherme, que São Miguel Arcanjo ilumine sua linda VIDA!



Ana Andrade
Doula

1 de mar. de 2011

Clã das Nove Luas - Porto Alegre/RS


Clique na imagem para ampliar

Maiores informações com Amanda: (51) 85785707

14 de fev. de 2011

"Quando a terra, 
se converte num altar, 
a vida se transforma numa reza".
                                          (Padre Nunes)

10 de fev. de 2011

Exercícios para a hora do parto

O Parto e as Origens da Violência

Michel Odent, M.D.
Nascido na França em 1930, Michel Odent estudou medicina na Universidade de Paris, especializando-se em cirurgia geral, obstetrícia e ginecologia. Sua liderança inovadora da Unidade Obstétrica de um hospital estadual na pequena cidade de Pithiviers no norte da França de 1962 a 1986 trouxe o mundo à sua porta. De 1986 a 1990 ele foi incumbido pela Organização Mundial de Saúde para relatar partos domiciliares planejados em países industrializados. Após mudar-se para Londres em 1990, Dr. Odent organizou o “The Primal Health Research Centre” e se tornou um scholar-teacher itinerante para grupos ao redor do mundo. Ele já publicou mais de 30 artigos profissionais e nove livros publicados em 19 línguas. Ele é editor do “Primal Health Research”, um jornal sobre as conseqüências em longo prazo das condições ambientais no útero, no parto e na infância.

Prevenir a violência ou desenvolver a capacidade de amar: qual perspectiva? Qual investimento?
Nas histórias de vida de grandes figuras associadas ao amor, tais como Vênus, Buda e Jesus, a maneira na qual eles nasceram é apresentada como uma fase crítica. Por contraste, as biografias de políticos famosos, escritores, artistas, pessoas de negócios e clérigos geralmente se iniciam com detalhes sobre sua infância e educação. Poderia esta diferença indicar que o parto é um tempo crucial no desenvolvimento de nossa capacidade de amar?
As ciências biológicas dos anos 90 estão mostrando agora que a primeira hora seguinte ao parto é um período crítico no desenvolvimento da capacidade de amar. Enquanto a mãe e seu recém nascido estão próximos um do outro após o parto, eles ainda não eliminaram de seu sistema os hormônios que ambos secretaram durante o processo do parto. Os dois estão em um equilíbrio hormonal especial que durará apenas um curto período e nunca mais acontecerá. Se nós considerarmos as propriedades destes diferentes hormônios e o tempo que leva para eliminá-los, nós entenderemos que cada hormônio tem um papel específico a desempenhar na interação entre mãe e bebê.
Estes mesmos hormônios estão envolvidos em qualquer aspecto do amor. Dados recentes tirados de diferentes ramos da literatura científica apresentam uma nova visão da sexualidade. Há um hormônio do amor, e também um sistema de recompensa que opera cada vez que nós, animais sexuais, fazemos alguma coisa que é necessária para a sobrevivência da espécie.
A ocitocina é um hormônio que está envolvido em qualquer aspecto do amor. Ela é secretada por uma estrutura primitiva do cérebro chamada hipotálamo, então ela é absorvida pela glândula pituitária posterior, e, de repente, é lançada na corrente sanguínea em circunstâncias específicas. Até recentemente, se pensava que a ocitocina fosse um hormônio feminino cuja única função fosse estimular as contrações do útero durante o parto e expulsão, e as contrações dos seios durante a lactação. Agora ela é vista como um hormônio feminino e masculino envolvido em todos os diferentes aspectos da vida sexual. 

Papel na excitação sexual
O papel da ocitocina durante a excitação sexual e o orgasmo veio à tona recentemente. Claro, houve inúmeros experimentos com a ocitocina em ratos e outros animais. Por exemplo, quando aves domésticas e pombos recebem injeções de ocitocina, a maioria deles começa a dançar, a agarrar a crista uns dos outros e copular uns com os outros,  após um minuto da injeção. Por muitas décadas, a ocitocina tem sido usada para estimular animais em cativeiro a copular. Nós agora temos estudos científicos dos níveis de ocitocina durante o orgasmo entre humanos. A equipe de Mary Carmichael da Universidade de Stanford na Califórnia publicou um estudo no qual os níveis de ocitocina entre homens e mulheres durante a masturbação e o orgasmo foram medidos em amostras de sangue coletadas continuamente através de cateteres venosos.
1.    Os níveis de ocitocina durante a auto-estimulação antes do orgasmo foram mais altos nas mulheres do que nos homens. De fato, eles são mais altos durante a segunda fase do ciclo menstrual do que na primeira fase. Durante o orgasmo, as mulheres atingiram um nível mais alto de ocitocina do que os homens, e as mulheres com orgasmos múltiplos alcançaram um pico mais alto durante o segundo orgasmo. Durante o orgasmo masculino, a liberação de ocitocina ajuda a induzir a contração dos vasos da próstata e duto seminal. O efeito imediato da liberação de ocitocina durante o orgasmo feminino é induzir as contrações uterinas que ajudam no transporte do esperma até o óvulo. Isto foi demonstrado muito cedo, em 1961, por dois cirurgiões americanos durante uma operação ginecológica. Antes de fazer a incisão abdominal, eles introduziram partículas de carbono na vagina da mulher, próximo ao colo do útero, e ao mesmo tempo, deram a ela uma injeção de ocitocina. Mais tarde eles encontraram partículas de carbono nas Trompas de Falópio.
2.    Como muitos antropólogos já fizeram, Margaret Mead notou que muitas sociedades simplesmente ignoraram o orgasmo feminino, mas explicou que este não tem função biológica.
3.    No mesmo estágio na história das ciências biológicas, Wilhelm Reich também foi incapaz de explicar o papel reprodutivo do orgasmo.
4.    Hoje os dados científicos à nossa disposição sugerem uma visão absolutamente nova do orgasmo feminino. 

Hormônio do Amor Altruísta
É claro que uma liberação de ocitocina é necessária durante o parto: os obstetras já sabem disso há muito tempo. Mas até agora eles não têm se interessado no pico de ocitocina que é liberada logo após o nascimento do bebê. A importância deste pico é aumentada quando ligada ao conhecimento de que a ocitocina pode induzir um comportamento maternal. Quando ela é injetada no cérebro de ratos machos virgens, eles começam a tomar conta dos filhotes e a se comportar como mães. Se, ao invés disso, antagonistas da ocitocina forem injetados no cérebro de mamães ratas logo após o nascimento, elas não tomam conta direito de seus filhotes. Pode-se afirmar que um dos maiores picos de secreção do hormônio do amor que uma mulher pode ter em sua vida é logo após o parto, se o parto acontecer sem intervenções com hormônios substitutos. Também parece que o feto libera ocitocina que poderia contribuir para o começo do trabalho de parto, e isso pode moldar a capacidade do próprio bebê de liberar o hormônio do amor.
Nós também sabemos mais hoje sobre a liberação de ocitocina durante a lactação. Foi recentemente mostrado que assim que a mãe ouve um sinal de seu bebê com fome, seu nível de ocitocina aumenta. Um paralelo pode ser feito com a excitação sexual que começa antes que haja qualquer estimulação da pele. Quando o bebê suga, os níveis de ocitocina liberados pela mãe são quase os mesmos que durante o orgasmo – outro paralelo entre estes dois eventos na vida sexual. Além do mais, há ocitocina no leite humano. Em outras palavras, o bebê que é amamentado absorve uma certa quantidade de hormônio do amor via trato digestivo. Mais ainda, quando dividimos uma refeição com outras pessoas, nós aumentamos o nível de ocitocina: a única conclusão possível é de que a ocitocina é um hormônio altruísta, um hormônio do amor.
Então, qualquer episódio da vida sexual é caracterizado pela liberação de um hormônio altruísta; também é recompensado pela liberação de substâncias parecidas com a morfina. Estas “endomorfinas” são hormônios de prazer e também são analgésicos naturais. Durante a relação sexual, ambos os parceiros liberam altos níveis de endomorfinas. Algumas pessoas que sofrem com enxaqueca sabem que a relação sexual é um remédio natural para dores de cabeça. A endomorfina liberada durante a cópula em diferentes espécies de mamíferos é bem documentada. Por exemplo, níveis de beta endorfinas no sangue de hamsters machos após sua quinta ejaculação são 86 vezes maiores do que a dos animais de controle.
A liberação de endorfinas durante o parto e nascimento já foi estudada entre os humanos. Os novos dados que temos à nossa disposição mudaram radicalmente a base dos debates que era comum há 40 anos: a dor durante o parto e nascimento é fisiológica ou é o resultado de um condicionamento cultural? Hoje, o conceito de dor fisiológica é aceito, mas há um sistema compensatório de proteção na liberação de opiáceos naturais. Este é o início de uma longa cadeia de reações: por exemplo, as beta-endorfinas liberam ocitocina, um hormônio que dá o toque final à maturação dos pulmões do bebê e é necessário para a secreção do leite pelos seios. Ao mesmo tempo, a ocitocina ajuda na ejeção do leite.
Esta liberação de endorfinas durante o processo do nascimento dá a oportunidade de enfatizar que nos anos 90, não se podia separar o estudo da dor do estudo do prazer. O sistema que nos protege da dor é um que também nos dá prazer. Hormônios de Prazer e de Ligação. Durante o parto, o bebê libera suas próprias endorfinas: na hora imediatamente posterior ao parto, tanto o bebê quanto a mãe estão impregnados com opiáceos. Já que estes opiáceos criam um estado de dependência, quando uma mãe e seu bebê estão próximos um do outro antes de haverem eliminado estes opiáceos, eles estão criando uma dependência mútua ou um relacionamento de afeição. Quando parceiros sexuais estão próximos um do outro e impregnados por opiáceos, um outro tipo de dependência é criado: a dependência é quimicamente similar ao relacionamento de afeição da mãe e seu bebê.
Como a lactação é necessária para a sobrevivência dos mamíferos, não é de surpreender que o sistema interno de recompensas encoraje uma mãe a amamentar. Quando uma mulher está amamentando, seu nível de endorfinas vai ao máximo em vinte minutos. O bebê também é recompensado por mamar, já que o leite humano contém endorfinas. Este é o motivo pelo qual alguns bebês se comportam como se estivessem “altos” depois de mamar.
O nosso conhecimento das endorfinas ainda é novo. Há apenas 20 anos, Pert e Snyder publicaram um artigo histórico revelando a existência de células sensíveis a opiáceos nos tecidos nervosos dos mamíferos. Se o sistema nervoso humano continha células sensíveis aos opiáceos, então isso levava a crer que o corpo humano deveria ser capaz de produzir uma substância ou substâncias muito similares àquelas produzidas pela papoula.
5. Quando todos os dados científicos publicados forem plenamente compreendidos, nós teremos uma nova base para considerar questões tais como o relacionamento entre o prazer e a dor, comportamentos sadistas e masoquistas, a filosofia do sofrimento, êxtase religioso, e substitutos usados para gratificação sexual, entre outros.
A ocitocina, o hormônio do amor, e as endorfinas, os hormônios do prazer, são parte de um equilíbrio hormonal complexo. Por exemplo, num caso de uma súbita liberação de ocitocina, a necessidade de amar pode ser direcionada de diferentes maneiras de acordo com o equilíbrio hormonal. Por exemplo, se uma mãe que está amamentando tem uma taxa elevada de prolactina, ela tende a concentrar sua habilidade de amar no bebê. Se uma mulher tem uma baixa taxa de prolactina, que é o normal quando ela não está amamentando, ela tem uma tendência a direcionar seu amor a um parceiro sexual. A prolactina, o hormônio necessário para a secreção do leite, diminui o desejo sexual. Quando um homem tem um tumor que libera prolactina, o primeiro sintoma é impotência sexual. Drogas anti-prolactina podem induzir sonhos eróticos. É bem sabido que entre muitas espécies de mamíferos, uma fêmea amamentando não é receptiva ao macho. Na maioria das sociedades tribais, fazer amor e amamentar são consideradas atividades incompatíveis. Desde o advento do modelo Greco-Romano de estrita monogamia, há uma tendência em se reduzir a amamentação materna, usando-se escravas, amas de leite, leite animal ou fórmulas. 

Adrenalina – Contato olho no olho
Outro aspecto comum aos diferentes episódios da vida sexual é que eles são inibidos pelos hormônios da família da adrenalina – os hormônios liberados quando os mamíferos estão assustados ou com frio. Estes são os hormônios de emergência que nos dão a energia para nos proteger seja lutando, seja fugindo. Se uma fêmea de mamífero for ameaçada por um predador enquanto estiver em trabalho de parto, a liberação de adrenalina tende a parar o processo do parto, adiando-o para dar à mãe a energia para lutar ou escapar. Fazendeiros sabem que é impossível ordenhar uma vaca com medo.
Os efeitos da secreção da adrenalina são mais complexos durante o processo de nascimento. Durante as últimas contrações antes do nascimento, tanto a mãe quanto o bebê chegam a um pico de liberação de hormônios de adrenalina. Um dos efeitos desta súbita liberação de adrenalina é que a mãe fica alerta quando o bebê nasce. É uma vantagem entre os mamíferos ter energia suficiente para proteger seu bebê recém nascido. Outro efeito desta liberação de adrenalina pelo feto é que o bebê está alerta quando nasce, com olhos bem abertos e pupilas dilatadas. As mães ficam fascinadas com o olhar de seus bebês recém nascidos. Parece que, para os humanos, este contato olho no olho é uma característica importante do começo do relacionamento mãe-bebê. É importante esclarecer com isso que até mesmo os hormônios da adrenalina – normalmente vistos como hormônios da agressão – têm um papel específico a desempenhar na interação entre a mãe e o bebê na primeira hora após o parto.
Não são apenas os mesmos hormônios envolvidos nos diferentes episódios da vida sexual, mas os mesmos padrões, os mesmos tipos de cenários são reproduzidos. A fase final é sempre um “reflexo de ejeção”, e termos como “reflexo de ejeção do esperma”, “reflexo de ejeção do feto” e “reflexo de ejeção do leite” sugerem esta aproximação. Eu adotei o termo “reflexo de ejeção do feto” (que era usado anteriormente para se referir a mamíferos não humanos) para me referir às últimas contrações que precedem o nascimento de humanos quando o processo de parto aconteceu sem perturbações e sem ajuda. Durante um “reflexo de ejeção do feto” típico, as mulheres têm uma tendência de se manter em posição ereta, têm a necessidade de agarrar alguma coisa ou alguém, e estão cheias de energia. Algumas mulheres parecem estar eufóricas, outras parecem estar bravas, enquanto outras expressam um medo transitório. Todos estes comportamentos são compatíveis com uma liberação repentina de adrenalina. Eles estão associados a duas ou três fortes contrações.
6. Este reflexo é quase desconhecido em salas de parto hospitalares, e é raramente visto até mesmo em partos domiciliares se outra pessoa assumir o papel de "treinador", "guia", "ajudante", "pessoa de apoio", ou "observador." 

O cérebro primitivo
Para os seres humanos, a principal glândula que trabalha durante cada tipo de conduta sexual é o cérebro. Em ciências biológicas modernas, o cérebro é visto primariamente como uma glândula que libera hormônios. Mas somente as estruturas do cérebro primitivo localizadas no e ao redor do hipotálamo – aquelas que nós dividimos até com o mais primitivo dos mamíferos – estão ativas durante a cópula, o parto e a amamentação. Os humanos têm um neocórtex — uma estrutura cerebral desenvolvida recentemente – que apóia o intelecto sobre e ao redor da estrutura do cérebro primitivo.
Quando este cérebro racional está super ativo, ele tende a inibir o cérebro primitivo. Durante o trabalho de parto, há uma fase em que a parturiente se comporta como se estivesse em outro planeta. Para chegar ao “outro planeta”, ela tem que mudar seu nível de consciência reduzindo a atividade de seu neocórtex. Inversamente, durante o trabalho de parto e durante qualquer tipo de atividade sexual, qualquer estimulação do neocórtex tem um efeito inibidor: discussão lógica, se sentir observado, luzes brilhantes, etc. Poucos casais conseguem fazer amor se se sentirem observados ou se seu neocórtex for estimulado por luzes brilhantes ou por pensamentos lógicos.
É irônico que os mamíferos não humanos, cujo neocórtex não é tão desenvolvido como o nosso, têm uma estratégia para parir e num estado de privacidade. O sentimento de segurança é um pré-requisito para o estado de privacidade. Para se sentir seguro, você deve se sentir protegido. Nos lembremos de que a parteira original era geralmente a mãe da mulher que estava parindo. Outras parteiras eram substitutas para a figura materna, que é, antes e, sobretudo, uma pessoa protetora.
Olhar a sexualidade como um todo tem muitas implicações. Nas sociedades onde a sexualidade genital é altamente reprimida, as mulheres têm menos probabilidade de terem partos fáceis. Contrariamente, o controle excessivo e rotineiro do processo de parto, provavelmente influencia outros aspectos de nossa vida sexual. Nós precisaríamos de um artigo inteiro para estudar estas relações, que são encontradas em muitos textos antropológicos do início da etnologia moderna. Nós vemos as mesmas relações quando comparamos as estatísticas de parto do final do século XX em países europeus: os partos são mais fáceis na Suécia do que na Itália.
É claro que amor e sexualidade não são sinônimos. Ninguém pode definir o amor, e ninguém pode analisar diferentes formas de amor com precisão. A maior forma de amor entre os humanos pode ser o amor da Natureza, um grande respeito pela Mãe terra. A primeira hora após o parto, o primeiro contato do bebê com sua mãe pode ser um período crítico no desenvolvimento do respeito pela Natureza. Pode haver um elo entre o relacionamento com a mãe e o relacionamento com a Mãe Terra. Já houve algumas, embora raras, culturas nas quais não havia desculpas possíveis para interferir no primeiro contato entre a mãe e o bebê. Nessas culturas, a necessidade de dar à luz em um local privado era sempre respeitada. Tais culturas se desenvolveram em locais onde o ser humano tinha que viver em harmonia com o ecossistema, onde era uma vantagem desenvolver e manter o respeito pela Mãe Terra.
Uma revolução ocorrerá na nossa visão de violência quando o processo do nascimento vier a ser visto como um período crítico no desenvolvimento de nossa capacidade de amar.

Referências
1. Carmichael, M.S., Humber, R., et al., (1987). Plasma oxytocin increases in the human sexual response. J. Clin. Endocrinol. Metab. 64: 27.
2. Egli, G.E., Newton, M. (1961). Transport of carbon particles in human female reproductive tract. Fertility and Sterility, 12: 151-155.
3. Mead, M. (1948). Male and Female. New York, William Morrow and Co.
4. Reich, W. (1968). The Function of Orgasm. London: Panther Books.
5. Pert, C.B. and Snyder, S.H. (1973). Opiate receptor: A demonstration in nervous tissue. Science 179: 1011-1014.
6. Odent, M., The foetus ejection reflex (1987). Birth 14:104-105. See also Odent, M. (1991). Fear of death during labour. J.of Reproductive and Infant Psychology, 9:43-47.
7. Malinoski, B. (1919). The Sexual Life of Savages. New York, Harvest Books.
Este artigo foi publicado na Primal Health Research 2(3) Inverno, 1994 (59 Roderick Rd., London NW3 2NP, U.K.) Sua reprodução foi autorizada.
Retirado de: http://www.birthpsychology.com/violence/odent1.html
Traduzido por Andressa Fidelis.
FONTE: ONG Amigas do Parto

18 de jan. de 2011

Profissão de doula ganha crescente espaço no mercado

Ainda não regulamentada, a carreira é voltada para a assistência a gestantes e maridos.

Manoela Alcântara
Matéria do Correio Brasiliense

O momento de dar à luz uma criança é sempre motivo de preocupação para as mulheres. Quem espera um  filho idealiza como será o grande o dia, se fará uma cesária ou um parto normal. Nenhuma mãe quer que esse seja apenas mais um procedimento de rotina: tem que ser um momento especial. Para tornar esse desejo possível, novas profissionais estão fazendo sucesso no mercado de trabalho. São as doulas, trabalhadoras especializadas na humanização do parto, ou seja, voltadas à garantia do bem-estar, do respeito, da calma e
até da redução das dores na hora de trazer o bebê ao mundo. Com curso de formação específico para a atuação, as doulas cobram de R$ 300 a R$ 1,7 mil por cada concepção que ajudam a realizar e podem utilizar os conhecimentos na área como complementação de outras carreiras.

A psicóloga e doula Clarissa Kahn oferece cursos a futuros pais 
Normalmente, essas especialistas são médicas, enfermeiras, professoras de educação física, ioga ou pilates, nutricionistas ou de outra área de formação afim. Qualquer mulher com mais de 18 anos pode fazer o curso. “A capacitação para as doulas engloba algumas técnicas, como posições que podem aliviar as dores.
São métodos não farmacológicos que podem tornar o momento menos traumático”, relata Daphne Rattner, professora da área de saúde coletiva da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora executiva da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna).

Além disso, quem ingressa nessa carreira pode ajudar a mudar o entendimento mecanizado sobre o parto, ainda presente em livros e equipes médicas. “Alguns obstetras com muito tempo de profissão adotam a metáfora de ‘motor, objeto, trajeto’ para as etapas de um parto. O motor é o útero, o objeto é o bebê e o trajeto, o canal vaginal por onde a criança sairá. Mas, na verdade, quem está trabalhando ali, naquela hora, também é humano, não se pode pensar assim. E as doulas mudam isso desde o pré-parto até os primeiros momentos da amamentação”, analisa Daphne Rattner .

E foi ao perceber essa realidade, ainda durante o curso de graduação, que Clarissa Kahn, 30 anos, decidiu se tornar doula. Psicóloga e educadora perinatal, ela conta que resolveu colaborar na mudança daquilo que via nas maternidades. “Sempre gostei da área materno-infantil . Fiz estágio em hospitais, e a forma como mães eram assistidas no momento da concepção me incomodavam bastante. A falta de respeito e o excesso de intervenção médica nas escolhas das mulheres eram algumas das minhas principais preocupações.
Então, decidi fazer o curso e me formar doula também”, conta.

Após 10 anos atendendo a grávidas, a também coordenadora do Espaço Acalanto conta que tem um preço pré-definido para realizar o atendimento, mas que as tarifas dependem do pacote que a mãe deseja fechar e das condições expostas por cada casal. Clarissa ministra cursos de cuidado com o bebê e com a amamentação, faz todos os acompanhamentos e cobra de acordo com o solicitado. Embora ela coordene a clínica, suas clientes são conquistadas por meio de indicações ou após consultas.

*Reconhecimento*
Atualmente, as doulas podem abrir uma clínica, atender em casa ou se filiar a profissionais que lidem diretamente com as grávidas e as indiquem. Mas, embora a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde reconheçam as vantagens da presença da doula na hora do parto, ainda não há
um reconhecimento da profissão. Por isso, elas não podem ser contratadas em hospitais. Trabalham por meio de contratos formais ou acordos com os futuros pais. “Quem abre uma clínica exclusivamente para esse fim terá que contar com outras parceiras, pois as grávidas começam a ser atendidas no sétimo ou no oitavo mês e, a partir daí, há um acompanhamento até o pós-parto. Por isso, só é possível atender de quatro a cinco parturientes por mês. As interessadas precisam analisar quanto desejam ganhar e como vão gerir essa
clínica”, aconselha Renata Beltrão, pedagoga especialista em saúde perinatal, educação e desenvolvimento do bebê e representante brasileira na Rede Latino-americana de Doulas.

Estima-se que hoje existam cerca de 1.500 mulheres atuando no setor. Ao apresentar esse dado na 3ª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, que aconteceu em novembro último, em Brasília, Renata Beltrão pediu e conseguiu apoio para pleitear a inclusão das profissionais no Manual de Ocupação Brasileiro. “Não é difícil. Basta que tenham mais de 200 pessoas trabalhando na área. Hoje, trabalhadoras como parteiras e manicures, por exemplo, já estão incluídas”, observa. O documento deve ser
encaminhado para o Ministério do Trabalho entre abril e maio deste ano e, se aprovado, vai possibilitar que elas possam ser contratadas mediante a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e que tenham  reconhecimento.

Nos Estados Unidos, as contratações em hospitais privados são comuns. Para exercer a ocupação, as doulas norte-americanas recebem uma certificação que precisa ser atualizada a cada dois anos. Segundo Renata Beltrão, a intenção é que esse nível de reconhecimento chegue ao Brasil. “Só no Doularte, onde ministro aulas, recebo 20 pessoas mensalmente querendo fazer o curso. Como a procura por esse tipo de trabalho tem aumentado, a demanda pelo aprendizado também cresceu muito. O reconhecimento será fundamental para nós”, pontua.

Além disso, a regulamentação pode diminuir a resistência que as direções de hospitais ainda têm de aceitá-las em salas de parto. Em Brasília, as maternidades já estão conscientes da importância das doulas, mas, em outras regiões, há médicos que ainda se opõem ao parto humanizado. Embora esse procedimento possa ser realizado em casa, as grávidas que desejarem ter a estrutura de um hospital com o acompanhamento de sua doula precisam ter esse direito. “Elas são o apoio da mãe. É importante lembrar que essas profissionais não fazem parto ou qualquer outro procedimento cirúrgico. O apoio fornecido por elas é apenas emocional e de indicações para melhorias físicas”, complementa Daphne Rattner.

*Incentivo estatal*
Em 2003, o Ministério da Saúde desenvolveu um programa de treinamento de doulas comunitárias. Dois anos depois, 370 mulheres já estavam treinadas em 13 estados brasileiros. A ocupação não era muito  conhecida naquela época, mas Recife, Belo Horizonte e Fortaleza deram continuidade ao incentivo da
atuação e, hoje, têm hospitais com excelência no tratamento às gestantes.
Todas são voluntárias e trabalham em um regime de 12 horas de plantão por semana.

 

10 de jan. de 2011

PACIÊNCIA, VOCÊ AINDA TEM?


por Arnaldo Jabor

O mais difícil é ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar...
A aquisição mais difícil para nós todos chama-se paciência.
Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
Por muito pouco a madame que parece uma 'lady' solta palavrões e berros que lembram as antigas 'trabalhadoras do cais'...
E o bem comportado executivo? O 'cavalheiro' se transforma numa 'besta selvagem' no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma 'mala sem alça'.
Aquela velha amiga uma 'alça sem mala', o emprego uma tortura, a escola uma chatice.
O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado...
Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém, que você saiba que é 'ansioso demais' onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida?
Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. E você?
Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem?
Seu coração vai agüentar?Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar?
As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?
Respire... Acalme-se...

O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro, com ou sem a sua paciência....
Se algum artigo neste blog estiver como "autoria desconhecida" e você souber informar, agradeço e farei a devida correção. Solicito também que ao extrair qualquer informação desta página seja adicionada à devida autoria ou endereço: http://pedagogiadoencontro.blogspot.com

Grata pelo Encontro.