Este Espaço tem por objetivo compartilhar leituras, falar de encontros, educação, eco-feminismo, parto humanizado, cultura de paz, espiritualidade, dança... de movimentos que o Universo faz pelos quais nos encontramos.
Seja bem vindo, a entrada é franca e amiga... mas chegue com o coração aberto, senão, de nada vai adiantar estar aqui!

20 de out. de 2010

O Nascimento da Borboleta de Ouro

Contemplando o nascimento da Borboleta de Ouro,
A Menina, maravilhada, como quem bate palmas,
Tomada por imensa alegria e encantamento,
Pergunta aos Pais como isto foi possível.

Como aquela lagarta branca e cabisbaixa,
Que caminhava com lentidão
Entre uma folha e outra,
Pôde tornar-se tão bela e Formosa?

Como aquele ser que apenas rastejava
Pôde tornar-se a Graciosidade de Asas Douradas,
Que voa pelos Céus Iluminados,
Indo de flor em flor em vôos elegantes?

Então os Pais, sorrindo e contentes, responderam
Que ela se tornou naquela Estrela de Luz
Justamente porque ela acreditou na Sua Vida,
Por manter uma fé inabalável no Seu Ser.

Enquanto ela via os pássaros a voar,
Ou os insetos a zunir para todos os lados,
Ela, a lagarta, não se entristeceu, continuando
A alimentar-se conforme os desígneos do Seu Coração.

Enquanto todos pareciam estar a divertir-se,
Cantando, trabalhando, brincando e amando,
Ela, a lagarta, com fé em Si Mesma,
Retirou-se e fechou-se no seu Casulo.

É verdade que também teve momentos de dúvidas,
Perguntando a Si Mesma o que fazia naquela Caverna Escura;
Por vezes até chorou, não compreendendo
O que se passava ou a razão de tudo aquilo.

Acusava-se de vez em quando de estar a fugir da vida,
Ou de ter nascido com algum problema genético
– Sim, as lagartas também se preocupam com isso! –,
Mas persistia naquilo que sentia ser o Seu Destino.

E de tanto meditar na Essência de Si Mesma,
Livrou-se dos sonhos dos outros seres vivos,
Tanto dos pássaros e dos insetos,
Como também até de outras lagartas, mais fortes e vistosas.

Permaneceu lá, meditando concentrada no seu Coração,
Sentindo mudanças sutis em todo o seu Ser,
O seu organismo transformando-se
Como se uma doce energia o fosse modelando.

Eis então que, como que por divina mágica,
A lagarta, que estava cintilando em Autêntica Fé,
Sentiu que aquele era o momento de fazer força
Contra o Casulo que lhe era agora incómodo e apertado.

Abriu, então, as suas Asas de Ouro Solar,
E, como uma estrela em chamas,
Alçou o seu primeiro vôo, tão naturalmente
Como se ela sempre tivesse sido uma Borboleta.

Os pássaros que a viram julgaram-na divina,
Os insectos, em perplexidade,
Não sabiam de onde ela havia tirado
Aquele par de asas, como as de um Anjo de Luz.

As demais lagartas fitavam-na das folhas verdes,
Com alguma vaga intuição a indicar-lhes
Que aquela Borboleta de Ouro
Era o futuro reservado a cada uma delas.

Não imaginavam como seria possível
Tornarem-se tão esplêndidas como aquela Borboleta,
Só sabiam que ansiavam em muito
Pelo Processo que as conduziria até Ela.

Algumas das lagartas até rezavam
Para a imagem da Borboleta de Ouro,
Acalentando nos seus Corações
A doce Presença daquele Ser de Luz.

E as que faziam assim
Já adentravam o Casulo
Em Felicidade de Encantamento,
Contentes pelo tão aguardado momento.

Fluiam na Divina Experiência
Sabendo que tudo estava certo,
Que mesmo que não compreendessem,
Havia quem as compreendia e protegia...

Esta é a História Sagrada
De todas as Borboletas,
Não apenas da Borboleta de Ouro,
Como também das de todas as Cores.

Esta, minha Menina Linda,
- Falavam os doces Pais -
É a História de todos nós,
A História de toda a Humanidade.

Que temos de aprender a Confiar
Na sacralidade do nosso Ser,
Que Ele nos conduzirá, carinhosamente,
Para um incrível futuro de Luz.

Um futuro que nos dará Asas
Como que pela ação de um Milagre,
Que nos encerra em um Casulo
Para nos tornar Sagradas Borboletas de Ouro.

Marcel Cervantes

Beijo na Alma


Você sabe o que é um beijo na alma?
Não? Eu vou lhe explicar:
Um beijo na alma não é como um beijo no rosto, na boca ou em qualquer outra parte do corpo.
O beijo na alma é aquele que entra na mente através de palavras impulsionadas pelo sentimento AMOR
Chega até o coração, onde fica gravado com ponta de diamante.
É um beijo simples e singelo que às vezes passa desapercebido, mas quando encontra um coração quebrantado, ele se torna como um manancial no deserto.
É um beijo puro, genuíno, sem malícia, agradável, afável, amigo, aconchegante, que nos traz paz.
É como se o dedo de Deus, estivesse tocando o seu coração.


Autor desconhecido

13 de out. de 2010

Nós Somos da Mesma Aldeia

 

Nós Somos da Mesma Aldeia
 
todo brasileiro é índio
índio já foram milhões
este Brasil mestiço
é a soma de muitas Nações
e cada dia que nasce
nasce uma nova Nação
os meus traços na face
as mesmas linhas na mão
sem bordunas
sem tacapes
só o som dos atabaques
e a roda de se dançar
sem flechas
sem canhões
só o som dos corações
e a vontade de abraçar
sem feitor
sem capataz
só o som dos maracás
e o canto da lua cheia
sem medo
sem violência
só o som da consciência
nós somos da mesma Aldeia.
Eliakin Rufino
Roraima

Crianças Guarani

Anjo das Crianças ...

As Kyringué (Crianças) são consideradas pelos Mbyá Guarani, veículo de poder e transformação. Representam sabedoria, a vontade dos deuses. Ter filhos significa que as divindades continuam dispostas a manter as relações com os seres deste mundo, fortalecendo os Mbyá na busca pela Terra Sem Males.Esta busa se faz concretamente pelos constantes deslocamentos das pessoas Mbyá em direção ao leste, tendo como limite a região litorânea Serra do Mar/Mata Atlântica. Considerada a morada dos antepassados e componente intrínseco da Cultura Mbyá, a região das Matas é de onde a população Indígena tira componentes fundamentais de sua sustentabilidade simbólica e material.A caminhada à Terra Sem Males decorre da produção de um corpo socialmente disposto à Mborayú(reciprocidade), e constituido por este sentimento de um amor maior que surge quando se tem filhos.O nhembojeroviá, o saber/sentimento de como se comunicar com a natureza, o respeito profundo, se aprende quando se tem filhos.A vinda de uma criança(mitã) independe dos Pais.Ela nasce por desejo das Divindades, com objetivos,para ensinar,para fazerem os adultos pensarem mais.Ter filhos, legitima a pessoa Mbyá para realizar tarefas de liderança ou criativas,como coordenar um grupo de cantos e danças e criar com sua ajuda novos cantos..

Tenho esperança no anjo das crianças (Nhambojeroviá Kyryngué nhe'e)

Para alcançar a Terra sem Males (Yvy ju mirim jaupity aguã)

O fruto da Terra vai gerar alegria e harmonia(Jaupity aguã)

Não somente Hoje, mas sempre, estes "SÃO OS ANJOS" QUE NOS MOSTRAM OS CAMINHOS...ATRAVÉS DE SUA INOCENTE FORMA DE SER, NATURALMENTE..SER..SEM BUSCAR TORNAR-SE..

À Todas as CRIANÇAS de ontem hoje e sempre..UM NOVO AMANHECER DE PAZ! Pyaguapy e Mborayú

Fonte:
Recebido de Liana Utinguassú
Livro Yvy Poty Yva'á (Flores e Frutos da Terra) Mbyá Guarani


Visite Yvy Kuraxo - Coração da Terra em: http://yvykuraxo.ning.com/?xg_source=msg_mes_network

As crianças
Por Neide Rigo  

Qualquer goiabeirinha caída vira brinqueco coletivo

Sabem aquelas crianças que fazem birra, berram, correm, tropeçam na sua canela, gritam porque querem, esperneiam porque não querem, tomam o brinquedo do amiguinho, dizem a todo momento é meu, eu quero, não vou, não dou? E aquelas mães estressadas gritando com os filhos, tentando dominar os tiraninhos? Estas situações entre os Guarani não existem. Eles falam baixo, não gritam com as crianças (não ouvi um só grito de adulto ou criança e ninguém fica tagarelando um com o outro a todo momento - adultos passam horas sentados um do lado do outro sem conversar). As crianças são tranqüilas, meigas, alegres, resolvidas, generosas (em vários momentos vi crianças dando um pedaço do que estava comendo para outra que nem pediu nada). Todos os adultos cuidam das crianças que parecem não ter um pai ou uma mãe - mas, vários ao mesmo tempo. Tive a impressão de que saem do peito para o páteo: caem, se levantam, brincam e comem com a maior autonomia e respeito pelos adultos. São as crianças mais educadas que já vi até hoje.
Este pequeno não desgrudou do violãozinho durante o tempo em que estivemos lá.
 
A música tem presença forte entre os Guarani. O canto é presente de Nhanderu (o Deus maior) e pode ser recebido pelas crianças, espíritos puros e sem maldade. Eles são enviados também por revelações a qualquer índio. Mas, em todos os casos, o canto pertence à aldeia e não à pessoa que o recebeu. Às vezes, no páteo, ouve-se um coral de 50 vozes e você acha que pode haver por ali um aparelho de som potente. Quando vai conferir, são 3 ou 4 meninas cantando em coro e fazendo passinhos, com acompanhamento de corda e percussão. É de chorar.

O coro desta aldeia talvez vá para o próximo Terra Madre, na Itália. Se quiser conhecer a música celestial destes Guarani, compre o cd aqui. É o que toca agora enquanto escrevo.
Para saber mais sobre os Guarani Mbya, veja este site.


Fonte: Come-se

6 de out. de 2010

O filho é o reflexo da sombra da mãe*

Durante os primeiros dois anos de vida, os bebês refletem as emoções e os sentimentos inconscientes de suas mães.

Um tempo de revelações, de experiências místicas, uma oportunidade para o auto conhecimento, para mergulhar nos aspectos ocultos da psique feminina. Um tempo em que as luzes e sombras emergem e explodem como um vulcão em erupção. É a loucura indefectível e um “não reconhecer-se” a si mesma, porque, desde o momento do parto, a alma da mulher se desdobra e se torna mamãe-bebê, bebê-mamãe ao mesmo tempo.

Isso é também a maternidade, segundo a inovadora e certamente polêmica visão da psicoterapeuta familiar argentina, especializada em crianças, Laura Gutman, autora do livro “A maternidade e o encontro com a própria sombra”.
Seu livro, longe de pretender ser um guia para mães desesperadas, é um convite para que as mulheres repensem as idéias preconcebidas, os preconceitos e os autoritarismos, encarnados em opiniões discutíveis sobre o parto, os cuidados com os bebês, a educação, as formas de vincular-se e a comunicação entre adultos e crianças.

Entrevista VERÓNICA PODESTÁ

Social e culturalmente, a idéia que se apresenta às mães sobre a chegada de um novo ser é de um fato ideal, feliz e luminoso. È necessária certa audácia para encarar o tema a partir de um “encontro com a própria sombra”. A que você se refere exatamente?
É claro que a sociedade ou o inconsciente coletivo tentem colocar a maternidade num leito de rosas. Quanto mais uma mamãe “compre” esta visão unilateral, mais impactante e mais brutal resultará para ela o encontro com os lugares obscuros que aparecem depois do parto e no puerpério. Eu encaro a maternidade como uma crise, como um rompimento que se produz no parto e nessa quebra se colam partes da sombra, ou seja, pedacinhos de alma ocultos ou desconhecidos até então, que se manifestam através do bebê. Ele se converte em espelho cristalino dos aspectos mais ocultos da mãe, de sua sombra. Por isso, o contato profundo com um bebê é uma grande oportunidade que se deve aproveitar ao máximo.

De que maneira a sombra da mãe se manifesta através do bebê?
Quando um bebê nasce se produz a separação física, mas este corpo recém nascido não é só matéria, mas também um corpo sutil, emocional, espiritual. Ainda que a separação física efetivamente se produza, bebê e mãe seguem fusionados no mundo emocional. O bebê se constitui no sistema de representação da alma da mãe. Tiudo o que a mãe sente, recorda, o que a preocupa, o que rechaça, o bebê o vive como sendo próprio. Porque nestes sentido e momento são dois seres em um. Então a mãe atravessa esse período desdobrada no campo emocional, já que sua alma se manifesta tanto em seu próprio corpo como no corpo do bebê. E o mais incrível é que o bebê sente como próprio tudo o que sente a sua mãe, sobretudo o que ela não pode reconhecer, o que não reside em sua consciência, o que foi relegado à sombra. Então, se um bebê adoece ou chora desmedidamente, ou se está alterado, além de fazermos perguntas no plano físico será necessário atender o corpo espiritual da mãe, reconhecendo que a enfermidade da criança manifesta uma parte da sombra da mãe.
E como a mãe pode canalizar esta manifestação do bebê para seu próprio crescimento?
Se um bebê chora demasiadamente, se não é possível acalmá-lo nem amamentando-o nem aninhando-o, enfim, depois de cobrir as necessidades básicas, a pergunta seria: Porque chora tanto a sua mamãe? Se o bebê não se conecta, parece deprimido, quais são os pensamentos que inundam a mente de sua mãe? Se um bebê rechaça o seio, quais são os motivos que pelos quais a mãe rechaça o bebê? As respostas residem no interior de cada mãe, ainda que não sejam evidentes. Para ali devemos dirigir nossa busca, na medida que a mulher tenha uma genuína intenção de encontrar-se consigo mesma.
Este estado de fusão emocional dura dois anos, tempo em que a mãe experimenta estados alterados de consciência por viver desdobrada em vários campos emocionais. Esta é a loucura do puerpério.

Por que dois anos? Comumente se fala do puerpério como um período que dura cerca de 40 dias.
Se considera puerpério aos primeiros quarenta dias depois do parto, porque se toma como parâmetro a cicatrização da episiotomia, a interdição sexual ou moral, para que o homem não queira exigir genitalidade à mulher. Eu creio que é um fenômeno emocional. Enquanto dura a fusão emocional, dura o puerpério. Por volta dos dois anos a criança começa a separar-se emocionalmente de sua mãe. Até então era bebê-mamãe, um ser totalmente fusionado, que fala de si na terceira pessoa: “Matias quer água”. Aos dois anos começa a dizer “Eu quero água”. Quando se constrói como um ser separado, começa lentamente a separar-se emocionalmente.

Como nasce sua teoria?
Sinceramente, não sei quando nem como nasceu minha “teoria”, já que não a vivo como “teoria”, mas sim como uma prática constante. Basicamente através da observação de centenas de mães se relacionando com seus bebês. Foi muito revelador para mim, quando há cerca de 20 anos li o livro “A Enfermidade como Caminho”, de Dethlefssen e Dahlke, um médico e um astrólogo alemães, ambos junguianos. Comecei a investigar as teoria de Jung em relação à manifestação da sombra, e ao sentir que as crianças pequenas estavam tão involucradas dentro do campo emocional das mães, e vive versa, me ocorreu observar se o que manifestavam – e que eram muitas vezes incompreensíveis para as mães – poderia ser a expressão de situações emocionais que elas não poderiam reconhecer como próprias. É muito frequente que as mães não falem de si mesmas nas consultas, mas sim do que está acontecendo com seus filhos. E foi cada vez mais evidente para mim, que este “jogo” era permanente. Por exemplo, quando eu coordenava grupos de crianças e algum bebê estava muito inquieto, eu tentava induzir à mãe a um olhar interno, íntimo, até que “tocava” num ponto doloroso pessoal, de sua história primária. Mesmo que considerasse que o assunto estava “superado”, quando conseguia falar sobre o tema, o bebê automaticamente parava de chorar. E o grupo era testemunho desta “magia”. Mas não era nada mágico, era a mãe que se apropriava de uma parte de sua sombra, que o bebê estava, de outro modo, obrigado a manifestá-la. Aos poucos fui aprendendo a reconhecer mais rapidamente a linguagem dos bebês e crianças pequenas “fusionadas” ao campo emocional da mãe. Na realidade, o verdadeiro trabalho de busca quem o realiza é a mãe, o meu papel é só o de apoiar a busca genuína, porque cada indivíduo sabe profundamente o que lhe passa. Os bebês são seres sutis, por isso manifestam com total espontaneidade. Neste sentido são verdadeiros espelhos da alma.

Em seu livro você faz uma distinção entre a dor como algo necessário e positivo para o crescimento, e o sofrimento, desnecessário de destrutivo. Que diferença há entre um e outro?

Quando falo da diferença entre dor e sofrimento, me refiro ao parto em si mesmo. Hoje em dia quase todas as mulheres parem anestesiadas, em partos “induzidos” pela introdução de ocitonina sintética, para regular a duração e a intensidade das contrações. Em geral a mulher não é respeitada, não lhes permitem mover-se, caminhar, comer, ir ao banheiro; ela está atada à cadeira de parto que é terrivelmente incomoda, lhe acomete câimbras nas pernas, lhes rasgam, entram muitas pessoas, médicos e paramédicos, enquanto a mulher está com os genitais expostos, há pouca afetividade e nenhuma intimidade. O marido está atuando, fazendo de conta que é um bom pai moderno. É tanto sofrimento, que as mulheres, ao invés de pedirem contenção, abraços, calor, amor, silêncio, música, água, algo doce para a boca, suavidade... pedem aos gritos por anestesia. E recebem
Se pudéssemos imaginar um parto acompanhado verdadeiramente, com liberdade de movimento, na data verdadeira (ainda que “se atrase”), em intimidade, com uma ou duas pessoas do círculo mais íntimo, a dor seria então o veículo para o recolhimento, para a introspecção, para sair do mundo das formas e entrar no mundo sem limites, sem palavras, sem luzes... é um momento de abertura de consciência. Assim a dor é suportável, é necessária, porque nos permite “sair” do mundo racional, e só fora do mundo racional se pode parir em liberdade. As mulheres que parimos verdadeiramente em liberdade, é que podemos contar o que é o paraíso.

Não há modelos nem receitas sobre como ser mãe no Século XXI. Qual você crê que seja o maior desafio para as mulheres de hoje?

É certo que na há modelos. O que podemos chamar tradicional, ou seja o que viveram nossas avós, se refere à dona de casa que criou filhos e criou o marido. Muitas delas foram escravas dos desejos dos demais. Hoje em dia, alguma mulheres estamos num pólo aparentemente longínquo, trabalhamos todo o dia, ganhamos dinheiro, as vezes somos bem sucedidas, criativas, independentes. Quando aparece o primeiro filho, na minha opinião, se temos construída toda a nossa identidade no que chamo energia Yang – aspectos concretos do trabalho, dinheiro, relações sociais, etc - isto que nos traz o bebê não tem nada a ver com o “normal”... e tendemos a fugir para os espaços conhecidos: desesperadas para voltar a trabalhar, a ser que éramos antes. Para mim isto também é falta de liberdade interior.
É necessário revisar os acordos do casal anteriores ao nascimento do filho, quando somos capazes de apoiarmos-nos um ao outro e vive versa. Maternar é fundamentalmente conectar-se profundamente com a energia Yin, que é lenta, silenciosa, de tempos prolongados, redonda, quentinha, suave, interna, obscura, pegajosa... Navegar entre as duas energias é para mim um dos principais desafios para as mulheres modernas. Nem fugir do desconhecido, nem alheiarmo-nos do mundo, infantilmente como nossas avós. E saber que há outras pessoas ao redor para ocupar certos espaços por um tempo: o homem será a sustentação para que a mulher possas maternar. E se não há um homem maduro, haverá outras redes, família, amigos, grupos de apoio. Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino.

Publicado em UNO MISMO.

DESTAQUES

“Ainda que a separação física efetivamente se produza no parto, bebê e mãe seguem fusionados no mundo emocional. O bebê se constitui no sistema de representação da alma da mãe”.

“Se um bebê chora demasiadamente, se não é possível acalmá-lo nem amamentando-o nem aninhando-o, a pergunta seria: Porque chora tanto a sua mamãe? Se o bebê não se conecta, parece deprimido, quais são os pensamentos que inundam a mente de sua mãe? Se um bebê rechaça o seio, quais são os motivos que pelos quais a mãe rechaça o bebê?”

“Mesmo que considerasse que o assunto traumático estava “superado”, quando a mãe conseguia falar sobre o tema, o bebê automaticamente parava de chorar. Não era nada mágico, era a mãe que se apropriava de uma parte de sua sombra, que o bebê estava, de outro modo, obrigado a manifestá-la”.

“As mulheres que parimos verdadeiramente em liberdade, é que podemos contar o que é o paraíso”.

“Maternar é fundamentalmente conectar-se profundamente com a energia Yin, que é lenta, silenciosa, de tempos prolongados, redonda, quentinha, suave, interna, obscura, pegajosa... Navegar entre as duas energias, Yin e Yang, é para mim um dos principais desafios para as mulheres modernas”.

“Não se pode maternar sem sustentação. Não se pode maternar sem fusão emocional. Não se pode maternar sem buscar o próprio destino”.

PARIR EM LIBERDADE


“Meu segundo parto foi em Paris, com o doutor Michel Odent. Tinha data para o dia 3 de março, mas no dia 26 começaram as contrações. Como o trabalho de parto, que durou 24 horas, se prolongava, a parteira do hospital me tomou pelo braço e me levou correndo à sala “de partos selvagens”, como a chamavam eles: colchão no chão, almofadas, paredes de madeira, posters e um ...aparelho de som!
Uma mulher de cabelo grande e negro estava parada, sustentada por outra parteira, puxando. Ao ver nascer ao seu bebê, senti o cheiro do sangue fresco e me invadiu tal emoção que acelerou minhas contrações. Minutos depois terminei minha dilatação. Estava meio parada, mas a força do PUJO me fazia ficar acocorada, quase no chão. Vi aparecer meu bebê e o tomei com meus braços enquanto saía suavemente do canal de parto. O bebê nunca chorou. Só sorria. O coloquei no peito, eu chorando. Fio a força do parto de uma mulher desconhecida que me ajudou a “soltar as amarras de meu controle” e possibilitou a entrega.
Depois voltei caminhando para o quarto com meu bebê nos braços.”

PARA SABER MAIS
Laura Gutman é argentina, terapeuta familiar e escritora.

Tem onze livros publicado, em vários idiomas, além de incontáveis artigos sobre maternidade, paternidade, vínculos primários, desamparo emocional, adicções, violência e metodologias para acompanhar processos de busca pessoal. É colaboradora habitual de numerosas revistas na Argentina e Espanha.
Para difundir e aplicar suas idéias, Laura fundou e dirige “Crianza”, uma instituição com base em Buenos Aires, na qual funciona uma Escola de Formação Profissional para profissionais da saúde e educação, grupos de mães, um serviço de “doulas” (assistentes a domicílio) para mulheres puérperes, seminários breves para profissionais, terapias individuais e de casal e publicações sobre maternidade.
Viste seu site: www.crianza.com.ar

* Entrevista a Laura Gutman, extraída do site Espaço Saúde
Fonte de pesquisa: http://www.partosemmedo.com/

Campanha de Incentivo ao Parto Normal

Campanha de incentivo ao parto normal - Dez Dicas Fundamentais
http://www.rcmnormalbirth.org.uk
“Juntos, podemos mudar a maneira como o parto acontece”. Esta Campanha visa inspirar e apoiar a prática do parto normal. É um lembrete de que é possível ter uma boa experiência durante o trabalho de parto e o parto em si, apesar dos desafios. As intervenções e cesarianas não precisam ser a primeira escolha – ao contrário, devem ser a última.


O RCM acredita que a política de maximizar o parto normal nas escolhas das mães é segura e oferece benefícios a curto e a longo prazo para as mães, as crianças, as famílias e as comunidades. Esta política pode ser ainda mais exitosa se o parto e o trabalho de parto forem inseridos num contexto social e familiar.

1. Espere e Observe
A prática que melhor ajuda a mulher a ter um parto normal é a paciência. Mas, para que a fisiologia siga seu curso normal, temos que confiar plenamente em nosso conhecimento e em nossa experiência. Para isso, devemos adquirir mais conhecimentos sobre o parto normal – e saber exatamente quando agir.

2. Faça o Ninho Dela
Os mamíferos escolhem um lugar quente, seguro e escuro para dar à luz – os seres humanos também. Mas o importante é a sensação de segurança e confiança, não o ambiente em si. Quando encontramos formas de ajudar as mulheres a se sentirem mais à vontade e confiantes, aumenta significativamente a probabilidade delas terem um parto normal.

3. Tire-a da Cama
A gravidade é a nossa maior aliada durante o parto e o trabalho de parto. Em nossa sociedade, no entanto, as mulheres dão à luz deitadas e de costas, por razões históricas e culturais que já estão obsoletas. Por isso é preciso ajudá-las a entender e a testar posições alternativas durante o pré-natal, e propiciar condições para que elas se sintam livres para adotar diferentes posições no trabalho de parto e no parto em si.
Quando a parturiente estiver confortável, evite fazê-la mudar de posição, a não ser que ela deseje ou que a posição seja inadequada para o feto - e não por razões organizacionais. Se for realmente necessário fazer um exame vaginal, é possível realizá-lo com ela sentada em uma cadeira.

4. Justifique Cada Intervenção
Tecnologia é algo maravilhoso, exceto quando atrapalha. O que estamos começando a entender sobre as admiráveis tecnologias obstétricas é que muitas vezes uma intervenção deste tipo acarreta a necessidade de outras intervenções tecnológicas. Isso desencadeia uma cascata de intervenções que terminam num parto não normal. Temos que nos perguntar “Isto é realmente necessário?”. E somente utilizar uma intervenção quando indicada.

5. Ouça o Que Ela Tem a Dizer
As mulheres são a melhor fonte de informação sobre as suas próprias necessidades. Entretanto, numa cultura medicalizada na qual o profissional “sabe melhor o que é bom para a paciente”, quando durante a consulta a mulher permanece “passiva”, o profissional não sabe fazer as perguntas certas. Por outro lado, estamos perdendo a capacidade de decifrar os sinais não verbais da parturiente: sua linguagem corporal, seus gestos, sua expressão, os ruídos que ela emite e assim por diante. Precisamos conhecê-la, ouvir o que ela tem a dizer, compreendê-la, falar com ela e pensar sobre como estamos contribuindo para que ela saiba que é capaz.

6. Mantenha um Diário
A assistência ao parto é às vezes um bombardeio de experiências, o que torna difícil lembrar o que aconteceu na semana passada – e ainda mais no ano passado. Porém, uma das melhores fontes de aprendizado são as nossas próprias observações. Sobretudo quando podemos revê-las e perceber o que aprendemos e descobrimos desde então. Por isso, manter um diário é uma das melhores maneiras de consolidar a nossa experiência. Escreva o que aconteceu hoje: como você se sentiu, o que aprendeu. Depois, reveja o que escreveu na semana passada, no mês passado, no ano passado.

7. Confie na Sua Intuição
A intuição é o conhecimento procedente de uma multidão de percepções sutis. Quando usamos os nossos sentidos: audição, visão, olfato e tato – e ficamos atentos aos nossos sentimentos – nossas percepções começam a formar um padrão. A partir da experiência e da reflexão, passamos a entender o que esses padrões significam – podemos notar e prever o progresso da parturiente, suas necessidades e sentimentos.

8. Seja um Modelo
Nosso comportamento influencia os outros. Ao colocar em prática as nove outras dicas deste folheto (e ao mostrar que estamos colocando-as em prática) damos um bom exemplo. A obstetrícia requer profissionais que exemplifiquem as práticas, o comportamento e as atitudes que facilitam o parto normal. Comece a ser um modelo a partir de hoje!

9. Tranquilize-a, Seja Positva

oções fazem parte do processo normal de dar à luz. Você acredita na capacidade e no poder das mulheres de parir de maneira natural? Até onde você está equipada para amparar e incentivar as mulheres através dos altos e baixos no processo de parto normal? Talvez você seja a única âncora contínua, fonte de segurança para a mulher – seja positiva.

10. Do Nascimento ao Abdômen – Contato Pele a Pele

A amamentação é facilitada quando a mãe e o bebê permanecem juntos – desde o nascimento. O contato imediato pele a pele permite que o bebê possa mamar quanto, quando e por quanto tempo quiser. Ele fica quentinho e chora menos. A mãe aprende a decifrar os sinais do bebê e o bebê retribui. A relação se torna carinhosa e amorosa – um vínculo duradouro começa com o contato pele a pele logo após o nascimento.

Parto no Ninho

Dydy na Pais & Filhos


Depois de ter os dois filhos em casa, Dielly ficou apaixonada pelo momento do parto. Tanto que se especializou em obstetrícia, para ajudar outras mulheres a sentirem o que ela sentiu

Não foi difícil escolher o parto domiciliar. Sendo enfermeira, conheço bem o ambiente hospitalar e eu queria mais do que um parto normal convencional.

Em 2002, engravidei de meu primeiro filho. Não se falava ainda em parto domiciliar. Procurei uma enfermeira obstetra e comecei a estudar e a me apaixonar por esta possibilidade. Queria minha mãe e meu marido por perto.

Não queria cobranças, ordens ou rotinas, mas sim respeito, segurança e, principalmente, paz. Precisava da certeza de que tudo seria como desejei, a menos que fosse absolutamente necessário. E foi o que tive.

Meu primeiro filho nasceu de um trabalho de parto de quase 24h. Doeu, pensei em anestesia, cesárea, mas tinha comigo as pessoas mais importantes de minha vida por perto. O parto foi na água, e assim que meu filho saiu do meu útero, ele veio para meus braços. Nenhum cuidado rotineiro como aspiração, vacina ou mesmo banho eram mais importantes do que aquele meu momento, o primeiro instante que vi meu filho tão esperado.

Sempre tive vontade de reviver aquele sentimento e ser mãe de novo, até que...Em 2007, engravidei novamente. Foi uma gravidez saudável e não quis saber o sexo até o parto, apesar de sentir claramente que seria uma menina.

Era um domingo de dezembro, e depois de uma soneca da tarde com meu marido, acordei com cólicas. Tomei um banho morno e quis caminhar, mas as contrações não passavam. Avisei a enfermeira que faria meu parto, a Helô, só porque prometi, mas não acreditava que estivesse em trabalho de parto. Como eu não sentia dor alguma, diferente do primeiro, não quis acreditar...

A parteira pediu pra eu ficar em casa e logo senti um estalo e alguma coisa escorrer. Quando vi, estava toda molhada: a bolsa havia rompido. Foi quando comecei a sentir um pouco de dor. Colocamos as músicas do Marcus Viana que planejei para o parto e fui relaxar. A Helô chegou em casa umas 23h, minutos antes do nascimento.

Este parto foi muito intenso. Senti dor, mas foi muito rápido. Em meia hora nasceu minha menina, toda envolta em cordão umbilical e cheia de saúde. Meu marido foi a primeira pessoa a tocar nela, ele a trouxe para meus braços. Nós a beijamos e a abençoamos. Foi muito especial.

Sou apaixonada pelo momento do parto. Eu sempre digo que o parto me transformou. No primeiro, dormi menina e acordei mulher. No segundo, dormi mulher e acordei deusa. Até a dor é importante.

Mas o que difere um parto normal hospitalar de um parto domiciliar é a liberdade. Já assisti vários partos hospitalares, mas nenhum deles foi natural, a começar por serem fora de casa, fora do ninho, ao contrário de qualquer outro mamífero.

Dificilmente há alguma privacidade, habitualmente há indução com ocitocina no soro, o que torna as dores insuportáveis, sem contar os procedimentos agressivos. E o pior é que raramente esses procedimentos são necessários, em detrimento da freqüência com que são realizados.

Meus partos mexeram tanto comigo que me especializei em obstetrícia e hoje ajudo outras mulheres a sentirem tudo que senti. Talvez por gratidão ao universo, talvez por dom. O fato é que o nascimento não é um evento médico: é natural e sagrado.
 
Fonte:

O que os americanos nunca mostraram de Michael Jackson

EARTH SONG by MICHAEL JACKSON (CENSURADO NOS EUA)

O vídeo é do single de maior sucesso de Michael Jackson no Reino Unido, que não foi nem "Billie Jean", nem "Beat it", e sim a ecológica "Earth Song", de 1996.

A letra fala de desmatamento, sobrepesca e poluição, e, por um pequeno detalhe, talvez você nunca terá a oportunidade de assistir na televisão: "Earth Song" nunca foi lançada como single nos Estados Unidos, historicamente o maior poluidor do planeta. Por isso a maioria de nós nunca teve acesso ao clipe.

Ou seja, o que não passa nos EUA, não passa no resto do mundo. Só mostram o que lhes interessa, e só assistimos o que eles querem.

Veja, então, o que os americanos nunca mostraram de Michael Jackson.
Filmado na Africa, Amazonia,Croácia e New York.

Emocionante!

“ A mente está sempre querendo alimentar-se para pensar. Ela procura alimento para sua própria identidade, para seu sentido de ser. É assim que o ego se cria e se recria continuamente.

Quando você pensa ou fala a respeito de si mesmo, quando diz “eu”, está se referindo a “eu e minha história”. Está falando do ego com seus gostos e desgostos, medos e desejos, o ego que nunca se satisfaz por muito tempo. Essa é a noção que a sua mente tem de você, condicionada pelo passado e buscando encontrar sua plenitude no futuro”.

Eckhart Tolle “ O poder do Silêncio”

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Shantala - vídeo original

Shantala - Tudo a ver

3 de out. de 2010

Exercícios para Gestantes

OS EXERCÍCIOS
Por que são importantes
Eles facilitam o trabalho de parto, conservam o corpo da mulher, evitam dores
nas costas, culotes, flacidez e melhoram a circulação. Quando a grávida pratica
exercícios tem maior facilidade para recuperar o peso depois do parto

Quem tem restrições
Os exercícios devem ser bem acompanhados em mulheres com anemia,
sangramento, diabéticas, hipertensas ou que já tiveram parto prematuro
em uma gravidez anterior
VASOCAPILAR
Excelente para a circulação. A mulher fica deitada,
com pernas e braços para cima, e sacode as mãos,
os braços, os pés e as pernas. Com o exercício, a
placenta (fonte de alimentação e oxigenação do
feto) dificilmente envelhece. É um bom exercício
para hipertensas, para evitar inchaço, varizes e
hemorróidas
CONTRAÇÃO DA PÉLVIS
Essa atividade ajuda a posicionar o bebê corretamente. Com mãos e joelhos no
chão, a gestante deve fazer o mesmo tipo de esforço que o exercício de cócoras
CÓCORAS
Com ele, a mulher aprende a controlar o
músculo da pélvis e obter o seu relaxamento
na hora certa do parto. Nesta posição, a
grávida deve contrair e relaxar a pélvis, como
se estivesse segurando a urina.A atividade
também permite que o feto deslize melhor no
momento do nascimento
PONTE
Bom para evitar dor nas costas e no nervo ciático (no quadril), que costuma
incomodar as gestantes. Evita parto prematuro
SAPINHO
Bom para fortalecer os músculos abdominais e os da pélvis.Ajuda no controle
das forças na hora do parto
ALONGAMENTO
Para dor nas costas.
Sentada, a mulher
coloca as pernas
abertas para a lateral
e alonga para os lados
e para a frente
OUTROS EXERCÍCIOS
Caminhada sem muito esforço
físico, hidroginástica, natação e
bicicleta (ergométrica)

ATIVIDADES CONTRA-INDICADAS
Esportes competitivos, como basquete, vôlei, futebol
etc. Aeróbica de alto impacto. Durante a gravidez,
devido às ações hormonais e à retenção de líquidos, as
articulações ficam mais frágeis. Por isso, a grávida
deve evitar exercícios de alto impacto


Fonte: Hospital Santa Lucia
Se algum artigo neste blog estiver como "autoria desconhecida" e você souber informar, agradeço e farei a devida correção. Solicito também que ao extrair qualquer informação desta página seja adicionada à devida autoria ou endereço: http://pedagogiadoencontro.blogspot.com

Grata pelo Encontro.